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Famílias agricultoras do norte de MT passam por formação sobre gestão de recursos e de projetos

Famílias agricultoras do norte de MT passam por formação sobre gestão de recursos e de projetos
20 de agosto de 2022 Comunicação FLD

A agricultora familiar Antônia Soares de Brito Oliveira planta, colhe e comercializa frutas. Caju, cupuaçu, maracujá, acerola em polpa e in natura. Tudo na sua propriedade, que fica no município de Carlinda, na região norte de Mato Grosso.

Ela é uma das participantes do projeto Amazônia Viva Alimenta (AVA), que, por meio do seu primeiro edital, selecionou 15 organizações em 9 municípios da Amazônia mato-grossense para recuperação socioeconômica de empreendimentos comunitários da agricultura familiar. Entre eles, a Cooperativa Mista de Pequenos Agricultores do Setor Cana (Compasc), da qual Antônia faz parte.

Além dela, representantes de outros 13 grupos estiveram presentes no 2º módulo da formação em Gestão Democrática, Viabilidade Econômica, Gestão de Projetos e Justiça de Gênero, realizado entre os dias 16 e 18 de agosto, em Alta Floresta (MT).

Desta vez, agricultoras e agricultores familiares foram instruídas e instruídos sobre a gestão de seus recursos e de seus projetos.

“Essas formações trazem para gente o mundo lá fora. Porque se a gente fica só na comunidade, na cooperativa, a gente vai ficando amortecida. Quando você sai, troca essa ideia, troca essas experiências com as pessoas, é uma riqueza sem tamanho”, disse Antônia.

A assessora de projetos da Cooperação e Apoio à Projetos de Inspiração Alternativa (Capina) explicou que a formação é um espaço diverso que aposta em linguagens lúdicas que façam sentido para os diferentes contextos e realidades dos grupos participantes.

“É construído coletivamente entre todas as pessoas e grupos envolvidos, valorizando todas as experiências e histórias de vida em um processo que tem como um dos principais focos dinamizar exercícios que chamam a atenção para modos de gestão mais democráticos”, disse.

A assessora programática da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Angelique Van Zeeland, explicou que neste módulo foram avaliados como os grupos estão fazendo a gestão de seus projetos, o que já foi possível realizar até agora e o que ainda está em andamento, além da análise dos desafios encontrados até então.

“A ideia é fortalecer os projetos, os grupos de mulheres e as organizações para que tragam novas perspectivas, novas questões para ver, como as mulheres estão envolvidas na gestão do projeto e como se desdobram na gestão do empreendimento”.

Para a técnica do programa de Negócios Sociais do Instituto Centro de Vida (ICV), Benedita Mendes, as formações são importantes para o fortalecimento das associações, que ganham mais autonomia durante o processo.

“A gente tem olhado principalmente para o fortalecimento das mulheres. Essa autonomia é importante. A organização saber que tem esse recurso, e o grupo decidir o que fazer com o recurso. As mulheres se empoderam para poder gerir esse recurso da forma que elas quiserem, da forma que elas acham que vai gerar crescimento, tanto individualmente como de forma coletiva”, explicou Benedita.

O AVA

O AVA é uma iniciativa coordenada pelo Instituto Centro de Vida (ICV), em parceria com a Cooperação de Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa (Capina) e a Fundação Luterana de Diaconia (FLD). O projeto tem financiamento da União Europeia.

Foram selecionadas organizações da agricultura familiar que sofreram impacto durante a pandemia da Covid-19. Os grupos de mulheres produtoras são um dos focos do projeto.

Ao longo dos próximos 3 anos, a expectativa é que os empreendimentos recebam incentivos, capacitações e investimentos para que possam se fortalecer economicamente e ocupar espaços dentro de canais de comercialização.