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Empreendimentos familiares recebem equipamentos e incrementam a produção para as feiras da região

Empreendimentos familiares recebem equipamentos e incrementam a produção para as feiras da região
15 de novembro de 2020 Comunicação FLD

Projeto atende demandas antigas de famílias agricultoras e fortalece a produção de alimentos agroecológicos.

Para responder ao desafio de fortalecer a produção e a comercialização de alimentos agroecológicos, a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e os cinco núcleos do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) firmaram o projeto Rede CAPA de Agroecologia, desenvolvido no âmbito do Programa Ecoforte, apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Banco do Brasil (FBB), que tem como uma das principais Ações a implantação de Unidades de referência (UR’s) em diversos municípios.

As UR’s visam avançar na produção, beneficiamento e comercialização de produtos agroecológicos, atendendo as demandas históricas de grupos que necessitam de apoio para melhorar as condições muitas vezes precárias de trabalho, além de dar suporte também para questões de legalização. De acordo com Roni Bonow, da Coordenação Ampliada do CAPA Pelotas, esse apoio é fundamental para atender as necessidades antigas de alguns grupos. “A Rede CAPA de Agroecologia atua na região Sul do Brasil em territórios com grande diversidade cultural e com diferentes povos e comunidades. Através da agroecologia, esta rede viabiliza a permanência das famílias e suas organizações com o fortalecimento da segurança alimentar, conservação da biodiversidade e na geração de renda através da produção e processamento de alimentos. Com a implantação das UR’s é possível promover e fortalecer referências técnicas e metodológicas de promoção da agroecologia no território, assim como a qualificação dos processos já existentes com acesso a tecnologias produtivas de beneficiamento e produção, capacidade de incidência em políticas públicas, acesso a novos mercados e aumento do número de agricultoras e agricultores do território em transição agroecológica”, explica.

Claci Ritter, agricultora familiar do grupo agroecológico de Quevedos, que há 3 anos faz feira em São Lourenço do Sul (RS), recebeu uma amassadeira, uma mesa de inox, um cilindro e um forno. Ela conta como os equipamentos estão sendo importantes para facilitar a produção de panificados e, assim, otimizar o tempo que é dividido entre as tarefas da casa e a produção dos alimentos que abastecem a feira. “Com os equipamentos que vieram no projeto eu consigo fazer os produtos muito mais rápido. Antes eu levava praticamente o dia inteiro para fazer os produtos para a feira, agora faço tudo em 4 ou 5 horas, ficou muito mais fácil”, completa Claci que semanalmente leva para a feira bolos, cucas, pães caseiros, integrais, de cenoura e de aipim, além de bolachas de nata, de mel, de natal, de polvilho, de amendoim, de milho e de aveia.

Márcia Scheer, agricultora que integra a Associação Regional dos Produtores Agroecologistas da Região Sul – Arpasul de Morro Redondo (RS), também foi beneficiada com o projeto. Assim como ela, outras mulheres agricultoras da Associação, que há 25 anos industrializam e comercializam a sua produção nas feiras ecológicas, em agroindústrias informais e em condições precárias, teve aporte em equipamentos, tecnologias e suporte para legalização.

O projeto aportou para o grupo a que Márcia pertence diversos equipamentos para a sua agroindústria de panificados, aumentando a produção e gerando trabalho e renda para outras famílias. “Produzir a gente sabe, mas precisamos de apoio para projetos e equipamentos para também permitir que as pessoas jovens se mantenham nas propriedades. Com a agroindústria, é possível agregar valor aos nossos produtos, ter uma oferta maior e ainda aproveitar melhor as frutas e os produtos disponíveis”, acrescenta.

A Arpasul tem histórico de feiras na região há 25 anos e está recebendo 3 unidades de referência com panificados em Morro Redondo, Pelotas e Arroio do Padre (RS).