É muito importante relembrar a importância das sementes crioulas para os sistemas de produção agrícola, bem como o resgate e a manutenção da agrobiodiversidade, que acontece por meio da preservação de materiais genéticos crioulos ameaçados. Esse processo agrega valor às sementes produzidas, proporcionando reconhecimento, valorização das guardiãs e dos guardiões de sementes, e autonomia para agricultoras e agricultores a partir do armazenamento e da troca – que mantém viva a história cultural de muitas famílias.
Equipamentos para a implantação da Unidade de Referência em Conservação, Recuperação e Reprodução de Sementes Crioulas e Varietais foram entregues, pelo CAPA Erexim, junto à Cooperativa da Agricultura Familiar Camponesa e de Economia Solidária de Anchieta (COOPERANCHIETA), que desenvolve um importante trabalho na área de resgate e produção de sementes crioulas. Constituem a unidade: 1 debulhador elétrico, 1 classificador de sementes, 1 medidor de umidade e 45 bombonas plásticas.
A unidade de referência e os equipamentos foram viabilizados por meio do projeto Rede CAPA de Agroecologia, desenvolvido no âmbito do Programa Ecoforte, apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Banco do Brasil (FBB) e realizado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) junto aos cinco núcleos do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA).
Para Ingrid Margarete Giesel, coordenadora do CAPA Erexim, o objetivo é fortalecer a agrobiodiversidade, onde agricultoras e agricultores exercem o papel de mantenedoras, protegendo e multiplicando as sementes, como resposta ao processo acelerado de perda de diversidade genética. “A conservação se dá por meio de ações familiares ou coletivas, geralmente reunindo uma diversidade de atores sociais a favor de uma agricultura livre de agrotóxicos e contra as sementes geneticamente modificadas, e contribui tanto para a conservação da agrobiodiversidade como para o fortalecimento da Agroecologia”.