Luciano da Silva, 39 anos, nasceu no interior de Encruzilhada do Sul (RS), tem uma filha de 22 anos, um filho de dois anos e um neto, e sempre esteve ligado aos movimentos sociais. Fez parte da Cooperativa de Habitação (COHABSUL), criada em 1989 e, juntamente com 25 trabalhadoras e trabalhadores da Vila Lava Pés, fundou a Associação Espaço Comunitário (ASES), onde também funcionava uma rádio comunitária.
Devido a uma economia baseada em latifúndios, o município de Encruzilhada do Sul oferece poucas oportunidades de trabalho. Luciano trabalhou no plantio de mato, viveu em ocupação, trabalhou em rádio comunitária e foi na associação que não somente ele, mas muitas outras pessoas passaram a ter oportunidades. “Ficamos donos do nosso trabalho”, afirma.
Mesmo com as melhorias, trabalhadoras e trabalhadores da reciclagem, em muitos casos, sentem-se inferiorizados por trabalharem com o que é descartado, e, por isso, Luciano destaca a importância de projetos como o Catadoras e Catadores em Rede, executado pela FLD em parceria com o MNCR e com patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental: “Quando comecei a trabalhar como catador, sentia vergonha da minha condição. Agora estou dando palestras e mostrando o nosso trabalho e a importância dele. Começamos a ser aceitos e respeitados”, afirma.