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MNCR divulga manifesto contra incineração no FSM

MNCR divulga manifesto contra incineração no FSM
25 de janeiro de 2012 zweiarts

Leia parte do manifesto Contra a Incineração, pela Reciclagem e Reutilização dos Materiais do LIxo Domiciliar. O documento completo está disponível abaixo, em pdf:

CONTRA A INCINERAÇÃO,  PELA COLETA SELETIVA 

O Brasil corre o risco de ver a incineracao de resíduos se desenvolver como alternativa de gestão, apesar de onerosa e insustentável, difícil de ser justificada com os imperativos ecológicos e sociais do século XXI. Resíduos são produzidos continuamente pela lógica de um sistema econômico que estimula a demanda por novos objetos, projetados para serem inviabilizados em seu uso prolongado.

O desaparecimento dos resíduos e sua transformacao em energia elétrica pela incineração torna essa alternativa uma tentação. Mas a incineração não faz desaparecer os resíduos: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. A incineração transforma milhares de toneladas dos mais variados materiais em trilhões de minúsculas partículas, que devem ser capturadas com os gases e, posteriormente, acondicionadas e dispostas de forma ambientalmente adequadas.

A incineração gera cinzas tóxicas geridas precariamente e emissões tóxicas monitoradas precariamente que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente e provoca despesas publicas imensas comprometidas por décadas. Das alternativas de gestão de resíduos é a que mais gera gases de efeito estufa e a que mais desperdiça energia. Das alternativas de gestão social é a que menos gera postos de trabalho e que compete com os catadores de materiais recicláveis pelos materiais recicláveis “secos”.

Nossa tarefa no século 21 não é encontrar melhores formas de destruição de materiais descartados, mas parar de fazer embalagens e produtos que têm de ser destruídos. O problema acontece pela mistura de materiais, e deixa de ser problema quando coletado separadamente. Resíduo domiciliar pode ser resolvido pelo uso de baixa tecnologia – compostagem (fração umida), reciclagem (fração seca).

Assim, 

Nós cientistas, médicos, professores, estudantes, juristas, engenheiros, cientistas sociais, jornalistas, artistas, cidadãos, convencidos dos riscos e prejuízos decorrentes da implantação da incineração de resíduos e da existência de alternativas viáveis para a recuperação de resíduos, pedimos aos responsáveis políticos, ao Ministério Público, às defensorias públicas, aos organismos de financiamento públicos e privados, aos orgãos ambientais, às empresas socialmente responsáveis, que tomem todas as medidas necessárias para, em atendimento ao preconizado na Politica Nacional de Resíduos Sólidos, sejam efetivamente priorizados os programas de coleta seletiva da fração seca e úmida:

Medida 1: Não financiar e investir em programas de implantação de incineradores de lixo e outras formas de tratamento que envolvam a queima de resíduos sólidos domiciliares.

Medida 2: Nao licenciar unidades de incineração de lixo e outras formas de tratamento que envolvam a queima de resíduos sólidos domiciliares.

Medida 3: Proibir a implantação de incineradores de lixo e outras formas de tratamento que envolvam a queima de residuos sólidos domiciliares.

Medida 4: Exigimos dos orgãos ambientais estaduais e federais que abram uma ampla discussão junto à sociedade de forma a informar claramente as implicações socioeconomicas e danos à saúde pública e ambiental que serão produzidos com a instalação de incineradores em nossos municípios.

Medida 5: Financiar programas voltados para redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos urbanos.

Medida 6: Financiar programas de educação cidadã voltados para a redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos urbanos.

Mais informações em www.incineradornao.net

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