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Estudo de Impacto: CAPA e comunidades quilombolas

Estudo de Impacto: CAPA e comunidades quilombolas
17 de março de 2012 zweiarts

“Para chegar aonde estamos hoje, foi um longo caminho, mas temos ainda muito para fazer”, afirmou Jerri Eliano de Quevedo, liderança quilombola, no lançamento do livro Direitos Quilombolas: Um estudo de impacto da cooperação ecumênica, realizado no dia 16 de março, em São Leopoldo (RS), durante a Assembleia Geral da FLD. “O povo negro sempre foi muito explorado, muito excluído. Na busca por um trabalho, a cor da pele ainda faz diferença, por exemplo. Mas o sofrimento nos deu mais coragem. Hoje estamos mais preparados. E agradecemos muito ao CAPA (Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor), que foi ao nosso encontro quando ninguém queria saber dos quilombolas”. Outros dois representantes dos quilombos, Márcia de Quevedo Ferreira e Gustavo Duarte de Moura, e a técnica do CAPA Daniela Lessa, também participaram do lançamento.

O CAPA iniciou o trabalho com os quilombolas em 2002, em quatro comunidades. “Se não fosse pela ousadia da FLD e da IECLB, que nos desafiaram para isso, não estaríamos aqui”, lembrou a coordenadora do CAPA Pelotas, Rita Surita. “E entre muitas coisas boas que as comunidades estão trazendo para a região, uma delas é mostrar o outro lado da história. O preconceito só pode ser combatido quando sua existência é reconhecida.”

“Estes são sinais da construção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva. Em nome da Secretaria Geral da IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) trago parabéns à FLD e ao CAPA pelo trabalho, que ajuda a minimizar a dívida histórica que a sociedade brasileira tem com o povo negro”, disse o secretário da Secretaria de Ação Social (SAC)/Secretaria Geral, Mauro de Souza. Para a coordenadora do Grupo Identidade da Faculdades EST, Selenir Gonçalves Kronbauer, é preciso continuar fortalecendo a reflexão e as pesquisas no âmbito da negritude e o diálogo com outras áreas de conhecimento, para continuar avançando na superação dos preconceitos.

O secretário executivo da FLD, Carlos Gilberto Bock, disse que “o estudo mostra as mudanças definitivas que o trabalho do CAPA faz na vida das pessoas, especialmente de pessoas que têm seus direitos negados. “Impactos são efeitos duradouros, que ficam para as gerações futuras. É gratificante poder mostrar que isso está acontecendo.”

A publicação Direitos Quilombolas avalia o impacto do apoio das organizações da Aliança ACT no Brasil ao movimento e às comunidades quilombolas, no período de 1996 a 2009. O estudo, promovido pelos parceiros internacionais EED e Christian Aid, inclui comunidades da Bahia, do Rio de Janeiro, Maranhão e do Rio Grande do Sul, envolvendo as três organizações brasileiras membro da Aliança ACT – a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Koinonia e FLD –. No sul, foi coordenado pela FLD, através do assessor administrativo financeiro Dezir Garcia, e pelo CAPA. “A proposta é colaborar para uma melhor compreensão de como se está contribuindo para a superação de injustiças sociais e de pobreza, e para a reflexão sobre de que forma essa contribuição pode ser aperfeiçoada”, escreve a organizadora, Mara Vanessa Fonseca Dutra.

Após o lançamento, foi servido um coquetel com quitutes da comida afro. Organizado pela equipe de assessoras da FLD, o coquetel foi preparado e servido pela Cooperbom, grupo parceiro apoiado pela Fundação Luterana.

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