A FLD promoveu no dia 15, durante a Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro (RJ), uma mesa redonda com representantes de alguns dos seus projetos apoiados no Rio de Janeiro e de projetos estratégicos: Rede Ecumênica da Juventude (Reju), Criatitude, Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Articulação Pacari e Faces do Brasil. A FLD também falou rapidamente sobre a Rede de Comércio Justo e Solidário, que está organizando.
O evento foi organizado para a delegação alemã trazida pelo parceiro institucional da FLD, o Serviço das Igrejas Evangélicas na Alemanha para o Desenvolvimento (EED, sigla em alemão).
O facilitador nacional da Reju, Daniel Souza, relatou que a rede é um espaço que busca promover a construção de redes regionais ecumênicas das juventudes, para a promoção dos direitos juvenis e o diálogo contra a intolerância. “Somos jovens de diferentes localidades, movimentos, religiões e entidades, e buscamos o fortalecimento político das ações para a juventude e a garantia de direitos, além de capacitar e articular os jovens para que ocupem espaços de protagonismo na sociedade.”
A Reju trouxe para a Cúpula dos Povos cerca de 200 jovens, brasileiros e de países da América Latina, por meio da Caravana da Juventude. Além disso, estará lançando o livro Juventude e Justiça Socioambiental, Perspectivas Ecumênicas, no espaço Religiões por Direitos, no dia 19 de junho.
Raquel Kleber, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), descreveu o projeto Criatitude – Rumo à Rio+20, organizado pela Secretaria Geral da igreja e pela FLD, com apoio da Federação Luterana Mundial. O projeto teve início em 2011, com a elaboração da Cartilha Criatitude, uma parceria do Conselho Sinodal da Juventude Evangélica do Sínodo Rio dos Sinos (Cosije), da Secretaria Geral da IECLB através da Secretaria de Educação e da FLD. “Trouxemos 28 jovens luteranos para participar da Cúpula dos Povos, que integram a Caravana Ecumênica da Reju”, relatou Raquel. “Além de participar das atividades, vamos realizar uma oficina do Criatitude, no dia 19, na Cúpula dos Povos.”
Quem falou sobre o MNCR foi o assessor Cristiano Benitez e o catador Fagner Jandrei, uma das lideranças do movimento. O MNCR nasceu por volta de 2001 com o objetivo de organizar catadores e catadoras em todo Brasil, objetivando valorizar a catação como uma categoria de trabalho. Seus princípios chave são garantir a independência de classe, a autogestão e o controle da cadeia produtiva de reciclagem.
A Articulação Pacari, que integra a Rede Cerrado, foi apresentada pela agrônoma Jaqueline Evangelista Dias. O destaque fica para a pesquisa popular com o registro de conhecimentos tradicionais sobre o uso de plantas nativas, que deu origem a Farmacopeia Popular do Cerrado. O documento é referência para a discussão sobre a importância do registro deste tipo de conhecimento tradicional também nos demais biomas brasileiros e sobre a necessidade de políticas públicas específicas.
“Também estamos fazendo o levantamento de informações e uma campanha para o registro dos ofícios de raizeiros e raizeiras do Cerrado, como Bem Cultural de Natureza Imaterial, processo que já está em tramitação junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Natural (IPHAN)”, contou Jaqueline. Ainda, enquanto articulação, a Pacari participa de espaços políticos relacionados ao uso sustentável da biodiversidade, no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica da ONU, e de espaços relacionados à saúde e ao meio ambiente, no Comitê da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e na Comissão Nacional para o Desenvolvimento de Povos e Comunidades Tradicionais.
O presidente do Faces do Brasil, Jasseir Alves, esclareceu que a organização é uma plataforma de entidades e atores do movimento do Comércio Justo e Solidário, criada em 2001 por uma articulação de entidades públicas e privadas que perceberam na ideia internacional de Comércio Justo uma possibilidade concreta de ampliar e aprimorar as relações comerciais de base solidária no Brasil.
De acordo com Alves, a entidade vem desenvolvendo uma série de ações para a construção de um conceito brasileiro de comércio justo “para e por” brasileiros. Diversos produtos têm qualidade e sua produção representa uma alternativa de geração de renda e de inclusão social. Porque, então, não torná-los acessíveis aos consumidores brasileiros, através de canais justos e solidários de comercialização?
“Por isso, nossa missão é fomentar a construção do comércio justo e solidário, como instrumento de uma economia inclusiva, solidária e sustentável”, lembrou Alves.
A Rede de Comércio Justo e Solidário foi lançada pela FLD no dia 3 de junho, durante o evento Dia da Igreja do Sínodo Nordeste Gaúcho da IECLB. “O objetivo é aproximar grupos de geração de trabalho e renda a comunidades luteranas”, disse a assessora de projetos da FLD, Marilu Nörnberg Menezes.
Para sua implementação, o projeto Rede de Comércio Justo e Solidário conta com o apoio da Igreja Evangélica Luterana na América (sigla em inglês ELCA) e do Sínodo Nordeste Gaúcho – por meio da destinação de uma oferta sinodal no dia 11 de novembro e da promoção e divulgação da proposta.
Na mesa redonda, além dos representantes das organizações que se apresentaram, estiveram presentes: da delegação, Johanna Laible, Jürgen Bergmann, Katja Breyer e Gudrun Kordecki, entre outros; da FLD, o presidente da Diretoria, Carlos Hopfer, as assessoras de projetos Marilu Menezes e Juliana Mazurana, o assistente de projetos e Jaime Ruthmann. Do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), parceiro estratégico da FLD, participaram o coordenador do CAPA de Santa Cruz do Sul (RS), Sighard Hermany, e a assessora do CAPA de Pelotas (RS), Daniele Peter.