Nos últimos anos, o tema da insegurança alimentar e nutricional (INSAN) da população brasileira tem recebido atenção em diferentes espaços. No entanto, algumas questões fundamentais continuam de lado, como a relação entre a alimentação e o meio ambiente.
“Isso é resultado da ruptura que a civilização do consumo promove entre o ser humano e a natureza”, reflete o coordenador geral do InGá Estudos Ambientais, de Porto Alegre (RS), Vicente Medaglia. “E nós trabalhamos na perspectiva da reconexão – particularmente tematizando a conservação dos ecossistemas naturais, do conhecimento da biodiversidade nativa e o seu potencial de uso”, afirmou.
Uma das estratégias fundamentais nesse processo é o trabalho com as escolas. Assim, o InGá promove, através de uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre e o apoio da FLD, o projeto Agricultura Urbana Ecológica no Pátio da Escola. O objetivo é disseminar o conhecimento teórico, mas principalmente prático e vivencial, oferecendo ferramentas para a construção de uma vida mais autônoma e sustentável. “Pretendemos construir soberania alimentar não só em termos de país, como é muitas vezes falado, mas também em nível comunitário”.
O programa do curso inclui: o que é agricultura urbana, seus limites e desafios; quais os conhecimentos básicos para realizá-la; a relação entre produção de alimentos e biodiversidade; como utilizar agroflorestas na agricultura urbana; como a permacultura dialoga com tudo isso. As atividades práticas incluem um mutirão em uma escola e uma saída de campo para a zona rural de Porto Alegre.
Mais informações sobre o trabalho do InGá em http://www.inga.org.br.
Foto: Agricultura urbana/ilustração.