As fortes chuvas durante a segunda quinzena de junho causaram inundações que afetam quarenta e duas cidades, deixando trinta delas em situação de emergência no Sul do Brasil. Cidades como Blumenau, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Rodeio, Corupá, Massaranduba, Schroeder, Gaspar e outros vivem perdas desastrosas, com muitas famílias evacuadas para locais de abrigo.
A situação é ainda mais devastadora para 640 famílias em nove aldeias (oito do povo Xokleng e uma do povo Guarani) em Terras Indígenas Xokleng-Laklanõ no estado de Santa Catarina. Quatro comunidades indígenas estão isoladas e várias comunidades não têm acesso a água e comida. As aldeias estão localizadas nos municípios de José Boiteux, Vitor Meireles, Itaiópolis e Doutor Pedrinho.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), em coordenação com a Fundação Luterana Diaconia (FLD) e o Conselho da entidade Missões Indígenas (COMIN) estão envolvidas na resposta rápida à emergência. A resposta que atende o território dos povos indígenas será coordenada pela FLD e pelo COMIN em estreita colaboração com o Fórum Ecumênico ACT Brasil, a IECLB e o Conselho Nacional de Igrejas. Uma rede, criada pelo Comin junto às Igrejas, organizou com organizações não-religiosas, grupos universitários e comunidades indígenas locais menos afetadas a tarefa de fornecer alimentos, água, roupas e suprimentos básicos.
A resposta de emergência para garantir a alimentação a 400 famílias por três meses vai promover o acesso à água por meio de nove poços, reparar os telhados de trinta casas, fornecerá 200 colchões, um barco para a mobilidade, apoio psicossocial e o desenvolvimento de um plano para mobilização das comunidades.
A secretária executiva da FLD, Cibele Kuss, indicou que para a resposta de emergência será muito importante a participação da Comissão de Apoio Psicossocial de Base Comunitária do Sínodo Vale do Itajaí, com sede na cidade de Blumenau. Este Sínodo acolheu estrategicamente o tema de emergências e de assistência humanitária em cooperação com a FLD, tendo capacitado e realizado reuniões regulares de planejamento para suas ações. Também serão envolvidos os Conselhos Sinodais de Diaconia da área geográfica no processo de construção do plano de monitoramento e avaliação de apoio à comunidade indígena .
Ela indicou que um outro foco importante é o plano público com ações dee defesa de direitos humanos, mudanças climáticas e componentes de preservação ambiental. Assim também a articulação e a cooperação com os conselhos de defesa dos direitos humanos e organizações da sociedade civil envolvidas no debate sobre o impacto de grandes ‘projetos de desenvolvimento’, como a construção de barragens e os movimentos sociais que articulam a importante plataforma dos direitos das comunidades tradicionais. A Diaconia Transformadora é o tema central deste projeto coletivo, destacou Kuss.
Fonte: Federação Luterana Mundial (http://www.lwf.org)
Crédito: Povo Xokleng