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Seminário discute Estado Laico e lutas sociais no Brasil

Seminário discute Estado Laico e lutas sociais no Brasil
30 de agosto de 2014 zweiarts

O FEACT Brasil (ACT Aliança) promoveu, no dia 26 de agosto, o seminário “Estado Laico e lutas sociais no Brasil real: Qual o papel das igrejas e Organismos Ecumênicos?”. O evento foi realizado no Instituto Salesiano Pio XI, em São Paulo (SP), e discutiu, entre outros temas, a questão da diversidade sexual, o envolvimento e a influência das igrejas na saúde e na política, bem como as relações de determinados grupos religiosos com o Estado brasileiro, além do monopólio dos meios de comunicação por instituições religiosas.

Compondo a mesa, estiveram presentes Beto de Jesus (da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Tica Moreno (da Marcha Mundial das Mulheres), Lira (do Levante Popular da Juventude), Sandra Duarte (da Unesp) e Biko (Quilombola).

“A gente fala que respeita todos, mas quem cabe no seu todos? A gente também tem que pensar nos discursos de ódio LGBT das igrejas e na forma como é trabalhada a imposição da heterosexualidade como norma”, dissertou Beto de Jesus, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, durante Seminário sobre o Estado Laico.

“Temos que refletir o conjunto de interferências da religião no Estado e ampliar nossa perspectiva para que seja multifocal”, afirmou Tica Moreno, da Marcha Mundial das Mulheres.

“É preciso ter o conhecimento da história, reforçarmos a ampliação da memória política para a construção de uma perspectiva histórica”, salientou Lira, do Levante Popular da Juventude, durante o Seminário “Estado Laico e lutas sociais”. A desburocratização da institucionalidade e a articulação da arte e cultura como forma de política também são pautas levantadas.

“Falar de Estado Laico para quilombolas e indígenas é complicado. Ainda existe uma dominação ideológica, econômica e racista”, afirmou o quilombola Biko, que também abordou a questão da intolerância religiosa pela bancada evangélica no Congresso e a forma com que os quilombolas foram proibidos de perpetuar suas crenças – as religiões de matriz africana.

Fonte: http://www.conic.org.br