Impactadas e impactados pelos altos índices de assassinatos de pessoas homossexuais, especialmente nos últimos tempos, estudantes da Faculdades EST promoveram, na noite de 18 de setembro, em São Leopoldo, uma vigília pelas vítimas de crimes homofóbicos no país.
Na abertura, as e os participantes cantaram Para não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré, acendendo velas. Na sequencia, foi lido o texto de 2° Pedro 1.5-11:
E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade,
E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade.
Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.
Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
No encontro, foram lembrados os jovens João Antônio Donati, 18 anos, assassinado na cidade de Inhumas (GO), Samuel da Rocha, 23 anos, assassinado em São Paulo (SP) e Wanderson Silva, 17 anos, assassinado em Bayeux (PB). A urgência de uma lei de criminalização da homofobia e a necessidade de uma leitura libertadora da bíblia foram assuntos trazidos entre as pessoas presentes.
De acordo com um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia, a cada 28 horas uma pessoa é vítima de crime com motivação homofóbica no Brasil. A expectativa de vida das travestis é de 36 anos, contra 73 anos da população em geral. A homofobia, a transfobia e a lebofobia colocam o país em primeiro lugar no ranking dos países de maior risco para pessoas homossexuais.
Para o coordenador do Programa Gênero e Religião da EST, professor Dr. André Musskopf, além de lembrar das vítimas da homofobia, a vigília foi um momento de marcar estas histórias como um símbolo de resistência e luta, como um alerta para evitar novos atos de violência.
O assessor técnico da FLD, Rogério Aguiar, avaliou que “a diaconia, em sua dimensão intercessora e profética, estava visivelmente apresentada neste momento. Ao mesmo tempo que o ato envolvia orações de intercessão, também incentivava a denúncia da violência homofóbica, machista e racista que vitima tantas pessoas em nosso país.”