O Encontro do Programa de Pequenos Projetos (PPP) da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) reuniu, nos dias 29 e 30 de setembro, em Porto Alegre (RS), 41 representantes de 32 organizações apoiadas, como parte da agenda celebrativa dos 15 anos. Entre os objetivos, a formação e o diálogo sobre justiça de gênero, a partilha de experiências e saberes e a avaliação do programa de projetos, considerando seus instrumentos e procedimentos.
As participantes e os participantes vieram de 10 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará e Pernambuco.
Na terça-feira, dia 29, após a mística de acolhida, a secretária executiva da FLD, Cibele Kuss falou sobre a Política de Justiça de Gênero da organização, construída a partir de um processo interno e da inspiração nos documentos da Federação Luterana Mundial (FLM) e da Igreja da Suécia.
O documento da FLD, aprovado na sua Assembleia Geral de 2014, implementa a justiça de gênero como critério transversal para todas as dimensões de trabalho e para os projetos apoiados ou diretamente executados. Entre seus princípios, estão a utilização da linguagem inclusiva, o apoio ao empoderamento das mulheres e a or9nipromover ativamente o envolvimento dos homens na justiça de gênero e sua utilização como critério de análise de projetos, formação e sensibilização contínuas e superação da violência de gênero. A Política de Justiça de Gênero está disponível aqui para download.
Com o grupo, Cibele conduziu um exercício de reflexão sobre o significado de “Sexo” e “Gênero” e como as pessoas interiorizam e reproduzem rótulos e conceitos sobre mulheres e homens – ela, cor-de-rosa, frágil, veste saias, dona-de-casa, mãe, submissa, espaço privado; ele – azul, forte, usa calças, trabalhador, espaço público. Para mudar a realidade da injustiça de gênero, é preciso ver como ela acontece no cotidiano, em casa, no trabalho e mesmo nas subjetividades.
À tarde, aconteceram rodas de diálogo com alguns dos grupos participantes, que apresentaram seu trabalho e sua relação com o PPP da FLD: Rede Agroecológica Metropolitana (RAMA); Direitos Quilombolas, Comunidade Quilombola Rincão da Xirca; Direitos das mulheres trabalhadoras, Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA), Comércio Justo, pelo Fórum de Articulação do Comércio Ético e Solidário do Brasil (FACES); Democratização da Comunicação, pela Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadoras e Comunicadores (Renajoc); HIV/Aids, Associação Caririense de Luta Contra a Aids; Juventude negra, Instituto Universidade Popular (UNIPOP); Intolerância religiosa, pela Rede Ecumênica da Juventude (REJU).
O PPP foi objeto de trabalho na quarta-feira, dia 30 de setembro, com o auxílio do assessor Eloir Heimerdinger. A coordenadora programática da FLD, Marilu Nönrberg Menezes, apresentou seu funcionamento, incluindo as modalidades de apoio, os critérios de avaliação e formulários. Atualmente, o programa atende iniciativas nas áreas de Direitos Humanos, Justiça Socioambiental, Justiça Econômica e Diaconia. O apoio na área da Ajuda Humanitária tem funcionamento diferenciado, pela sua especificidade.
Na parte da tarde, divididos em grupos, participantes analisaram o formato dos editais e compartilharam ideias e sugestões para facilitar e incrementar o processo.