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Partilha de saberes e vivências caracteriza encontro de Agroecologia

Partilha de saberes e vivências caracteriza encontro de Agroecologia
24 de abril de 2015 zweiarts

Antes mesmo do início oficial do 9º Encontro Ampliado da Rede Ecovida, no dia 20 de abril, que contou com a parceria do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), cada um dos 28 núcleos presentes foi convidado a participar da pedagogia “eu anuncio e eu denuncio”, registrando ações que fortalecem e as que fragilizam a prática da Agroecologia.  No momento da abertura do encontro, os painéis coletivos foram fixados ao lado do palco para melhor visibilidade das mais de 1.500 pessoas que vieram a Marechal Cândido Rondon (PR), para dialogar sobre “Agroecologia em rede: cultivando a vida”, tema central do encontro ampliado que se realiza a cada dois anos.

“A Rede Ecovida de Agroecologia é um espaço de articulação entre agricultoras e agricultores familiares ecologistas e suas organizações”, explicou o agricultor Laércio Meirelles. “Nela estão incluídas organizações de assessoria e de pessoas envolvidas com a produção, o processamento, a comercialização e o consumo de produtos ecológicos.” Segundo ele, a Rede vem trabalhando há mais de 15 anos na construção da Agroecologia no Sul do Brasil.

O CAPA/Núcleo Marechal Cândido Rondon foi o principal organizador do encontro realizado de 20 a 22 de abril, no Parque de Exposições da cidade paranaense. Paralelo ao evento da Ecovida, aconteceu o Encontro Regional de Agroecologia. As atividades estendem-se além do parque, incluindo salas da UNIOESTE para a realização de oficinas e a Escola Criança Feliz, onde as crianças que vieram com suas mães e pais participaram do Encontrinho.

Seminários temáticos

Logo após a abertura, a plenária do Encontro Ampliado constituiu grupos menores, reunidos em seminários e nas 33 oficinas com temas diversos. Entre elas, as mais procuradas foram: Noções básicas de astronomia e calendário agrícola; Uso de esterco fervido como alternativa de adubação; Gastronomia orgânica e segurança alimentar nutricional; e Como a academia deveria contribuir para que agroflorestas agroecológicas sustentem mais agricultoras e agricultores familiares? Construção participativa de parcerias.

Três seminários atraíram pessoas interessadas em 1. Mulheres: Gênero e Agroecologia; 2. Formação, Juventude e o Futuro da Rede Ecovida; e 3. Certificação. O segundo, coordenado pela jovem Fernanda Marfil, reuniu jovens que dialogaram sobre o tema e construíram várias conclusões a serem apresentadas no último dia do encontro. “A Agroecologia é um caminho para a juventude voltar ao campo e permanecer nele”, afirmou o participante Valdemar Arl. “Ela abrange um sistema que inclui toda a cadeia produtiva, desde plantar até industrializar e realizar a comercialização do produto”. A síntese da reunião foi apresentada em um painel a partir da metodologia de facetação gráfica.

Na Casa Cultural do Parque, uma grande roda de mulheres conversou sobre Gênero e Agroecologia. “O papel que a sociedade nos impõe é de ajuda e de desvalorização”, disse uma das facilitadoras da reunião, Sandra Rocha Rodrigues. “A nossa luta é cotidiana e dura, inclui desde as pequenas coisas até a raiz do capital. Ela deve ser pensada em todos os espaços em que se vive”.  

Texto: Cláudia Dreier

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