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Religiosas e religiosos lançam manifesto por uma escola laica, inclusiva e plural

Religiosas e religiosos lançam manifesto por uma escola laica, inclusiva e plural
3 de julho de 2015 zweiarts

“A violência no Brasil é um dado alarmante, que tem feito milhares de vítimas diariamente, e um número significativo desses casos tem motivação sexista”, diz trecho de nota divulgada pela Rede Ecumênica da Juventude. Buscando enfrentar esse cenário, é preciso falar mais abertamente sobre a igualdade entre os gêneros, o respeito com as diferentes identidades e orientações sexuais. E acreditamos que a mudança começa no âmbito cultural, onde a educação possui um papel fundamental.

Em função disso, a REJU emite nota em apoio a uma escola para todas e todos, assinada por diversas organizações, igrejas e coletivos, incluindo a FLD. “Acreditamos ser importante que educadoras e educadores sejam preparadas preparados para abordar esses temas de forma consciente, responsável e inclusiva”, afirma o documento. Leia abaixo:

Questões de gênero? Presente!

Perseguidoras e perseguidores de uma sociedade de justiça e paz e da preservação de um Estado Laico de fato, nós, RELIGIOSAS E RELIGIOSOS das mais diversas religiões, espiritualidades e comunidades de fé, por meio deste Manifesto, lançamos nosso apoio a uma escola para todas e para todos, princípio que deveria orientar o Plano Nacional de Educação (PNE) e que deve guiar os Planos Municipais de Educação (PMEs). Defendemos como essencial a abordagem das questões relacionadas a gênero para o combate à violência e à exclusão escolar. Acreditamos ser importante que educadores e educadoras sejam preparados/as para abordar esses temas de forma consciente, responsável e inclusiva.

Compreendemos ser um equívoco a chamada “ideologia de gênero”, uma vez que a palavra “gênero” não é uma ideologia, mas sim um conceito utilizado para definir as construções sociais sobre o feminino e o masculino. Ou seja, os debates sobre as relações de gênero visam à compreensão da naturalização histórica da relação hierárquica e opressora de homens sobre as mulheres e a imposição de estereótipos para o feminino e o masculino. Assim, o debate sobre gênero se faz essencial para a desconstrução de uma ideologia patriarcal, misógina e heteronormativa ainda dominante em nossa sociedade.

A violência no Brasil é um dado alarmante, que tem feito milhares de vítimas diariamente, e um número significativo desses casos tem motivação sexista. Esse é o caso da violência contra a mulher e contra a população LGBTT. Para que possamos mudar esses índices, é necessária uma transformação cultural, e nisso a educação possui um papel fundamental. Para que tenhamos uma sociedade que compreenda e viva de fato a igualdade entre os gêneros, o respeito com as diferentes identidades e orientações sexuais, precisamos falar abertamente sobre esses temas, nas escolas e em diferentes espaços, substituindo uma concepção de mundo patriarcal por uma visão de mundo plural.

Assim, manifestamos nosso repúdio às vozes fundamentalistas que se recusam a contribuir para a construção de um país justo para todos e todas. Reivindicamos, como RELIGIOSAS E RELIGIOSOS que lutam pela laicidade do Estado, um PME que reflita sobre uma educação pública de qualidade e que, junto a isso, compreenda a pluralidade de nossa sociedade e o papel da educação na transformação das realidades de violência, desigualdade e intolerância.

Brasil, 19 de junho de 2015.

  • Aliança de Batistas
  • CEBI – Centro de Estudos Bíblicos
  • CECA – Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria
  • CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
  • CLAI Brasil – Conselho Latino Americano de Igrejas
  • Coletivo Negrada – Organização de Estudantes e Professores Negros/as e Cotistas da UFES
  • Conic – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
  • Diaconia
  • FE ACT Brasil – Fórum Ecumênico ACT Aliança Brasil
  • FLD – Fundação Luterana de Diaconia
  • IEAB -Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
  • IPDM – Igreja Povo de Deus em Movimento
  • Koinonia – Presença Ecumênica e Serviço
  • Mutirão – Espiritismo e Direitos Humanos
  • PAD –  Processo de Articulação e Diálogo
  • Profec – Programa de Formação e Educação Comunitária
  • REJU – Rede Ecumênica da Juventude
  • Renafro – Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde
  • Unipop – Instituto Universidade Popular

Fonte: http://reju.org.br/blog/manifesto-das-religiosas-e…

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