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Café com Direitos da FLD propõe debate sobre democratização da informação

Café com Direitos da FLD propõe debate sobre democratização da informação
29 de outubro de 2016 zweiarts

Cerca de 40 pessoas estiveram presentes no Café com Direitos à Democratização da Comunicação, da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), para conversar sobre comunicação crítica e independente, liberdade de imprensa e o papel de diferentes mídias no atual contexto social e político do país. O café aconteceu no dia 26 de outubro, em Porto Alegre (RS), e teve a participação de Evelin Haslinger, pela Rede Nacional de Adolescente e Jovens Comunicadores (Renajoc), de Cristina Pozzobon, da Agência Livre para a Informação, Cidadania e Educação (Alice), e de Juremir Machado, escritor, jornalista e colunista do jornal Correio do Povo.

Evelin Haslinger, que também é diretora cultural da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais de Educomunicação (ABPEducom) e pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação (ECA/USP), apresentou para discussão o vídeo Cordel do da Regulamentação da Comunicação, sobre liberdade de expressão e sobre o marco regulatório da comunicação no Brasil. Produzido para a campanha Para Expressar a Liberdade (www.paraexpressaraliberdade.org.br), traz diversas pessoas recitando o texto cordel da Peleja de Marco Regulatório e Conceição Pública na Terra sem Lei dos Coronéis Eletrônicos.

“Uma coisa que não consigo entender por que é pautado, nos meios de comunicação, um padrão. Eu gostaria de ver, por exemplo, uma pessoa nordestina apresentando o Jornal Nacional”, diz a cantora Leci Brandão no vídeo. “Quilombolas, indígenas, essas culturas fazem parte do Brasil. E se não são mostradas, estão falando de outro país, um país que não existe”, afirmou, também no vídeo, a atriz Silvinha Xukuru, do povo Xukuru (Pernambuco).

Sobre a Renajoc, Evelin contou que a organização foi criada em 2008, no I Encontro de Adolescentes e Jovens Comunicador@s promovido pela ONG Viração Educomunicação, antes da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. Seu objetivo é promover e participar de ações que buscam unir adolescentes e jovens do Brasil, para chamar a atenção para o Direito Humano à Comunicação. Foi por isso que a Renajoc criou o DIA C – Dia Nacional da Juventude Comunicativa, comemorado em 17 de outubro juntamente com o Dia da Democratização da Comunicação.

A artista plástica e designer gráfica Cristina Pozzobon falou sobre o Jornal Boca de Rua, da Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice), de Porto Alegre (RS). O Boca, que completou 15 anos em 2015, é uma publicação feita por pessoas em situação de rua, desde a discussão sobre a pauta, os textos, fotos e ilustrações, que depois vendem os exemplares. O dinheiro arrecadado na comercialização do veículo reverte integralmente para os 30 participantes do grupo, constituindo uma fonte alternativa de renda.

“Inicialmente, a proposta era de ‘dar voz a quem não tinha’”, disse Cristina. “No entanto, nos demos conta que todas as pessoas têm voz, e que o que estávamos fazendo era criar um espaço onde divulgar as mensagens”.

Encartado no Boca de Rua está o Boquinha, elaborado por crianças e adolescentes em situação de risco, ligadas aos integrantes do Boca. Os materiais são resultado de brincadeiras e oficinas lúdicas, entre as quais oficinas de texto, artes plásticas e artesanato, e de passeios em espaços culturais e de lazer. O projeto conta com a colaboração de uma equipe multidisciplinar formada por jornalistas, educadores, psicólogos e profissionais de informática.

O escritor e jornalista Juremir Machado falou do ponto de vista da mídia tradicional, a partir do seu trabalho no jornal Correio do Povo e na Rádio Guaíba. Para ele, ainda existem situações de crítica – no espaço onde trabalha, o jornalista e escritor tem liberdade de escolher os assuntos sobre os quais falar -. Atualmente, no entanto, na maior parte do tempo, as matérias são “pura ideologia, puro jogo de interesses e puro jogo de cena”.

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