Nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, o antropólogo alemão Volker von Bremen, consultor para povos indígenas, que trabalha com Pão para o Mundo (PPM) e Misereor, esteve em Porto Alegre e São Leopoldo, em visita organizada pelo Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN) e a Fundação Luterana de Diaconia (FLD). Bremen atua no acompanhamento a povos indígenas desde 1979 e presta consultoria nas áreas de gestão territorial e mudanças climáticas.
Na sexta-feira pela manhã, ele reuniu-se com a coordenadora pastoral e programática do COMIN, Renate Gierus, com a secretária executiva da FLD, Cibele Kuss – que acompanharam a visita nos dois dias –, e com a coordenadora programática da FLD, Marilu Menezes. À tarde, participou de encontros no Conselho Estadual dos Povos Indígenas do RS (CEPI), com a conselheira Márcia Londero, os conselheiros Walmir Pereira e Rodrigo Venzon, o conselheiro Claudio Acosta, do povo Guarani, e o procurador geral do RS, Carlos D´Elia.
No sábado, encontrou-se com o assessor do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Roberto Liebgott, com o assessor do COMIN, Sandro Luckmann, com o ex-coordenador pastoral do COMIN, Hans Trein, e com o ex-coordenador administrativo do COMIN, Arteno Spellmeier.
As informações coletadas por Bremen, que estará em outras regiões do Brasil, irão contribuir na elaboração de um novo marco orientador para a atuação de PPM e Misereor junto a organizações indigenistas, como o COMIN e o CIMI, e a povos indígenas. A visita de trabalho buscou entender aspectos de incidência em processos de defesa e de afirmação de direitos na relação com politicas públicas e na manutenção da autoestima dos povos indígenas.
Outro tema abordado pelo consultor foi o papel das igrejas ligadas às organizações indigenistas, na perspectiva de acompanhar e participar em diálogos para a superação de conflitos e redução da violência em territórios de extrema violação de direitos humanos, que afetam indígenas e famílias agricultoras, como no Mato Grosso do Sul. Também no contexto do Rio Grande do Sul, onde o Estado não indeniza famílias que adquiriram da União, durante o período da colonização, terras que pertenciam a povos indígenas, o que aprofunda e alimenta as situações de conflito, que sustentam a PEC 215, criada e defendida pela bancada ruralista do RS no Congresso Nacional.