A Nem tão Doce Lar, montada sem portas e sem janelas, chamou atenção no Terminal do Aterro
Oito exposições da Nem Tão Doce Lar aconteceram ao longo dos meses de junho e julho, em Blumenau (SC). As atividades iniciaram com oficinas para formação de acolhedoras e acolhedores, na Comunidade Luterana centro de Blumenau/da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), nos dias 2 e 3 de junho, com a participação de cerca de 50 pessoas.
A primeira exposição foi aberta para visitação no dia 13 de junho, na FURB, seguida da exposição no Terminal da Fonte, no dia 14 (assista a reportagem aqui: https://goo.gl/6tmddy). No dia 21, a exposição esteve no Terminal do Aterro, no dia 25, no Parque Ramiro, no dia 27, no SENAC (Ponta Aguda) e nos dias 28 e 29, no Instituto Federal Catarinense – Campus Blumenau, onde a organização e acolhimento foram feitas por estudantes do Projeto Integrador, que trabalharam o tema Gênero e Raça. “A ideia de trazer a Nem tão Doce Lar foi totalmente deles”, afirmou a professora de Sociologia, Euli Marlene Necca Steffen.
Para a aluna Yanne Lorrany Xavier Mota, o cenário emocionou e levou à reflexão. “Quando vi essa casa, deu vontade de chorar. Você pensa que existem pessoas que vivem, mesmo, nesta realidade. É muito triste pensar, por exemplo, que neste exato momento, uma criança está sendo agredida”, disse.
“O processo da Nem Tão Doce Lar foi muito bonito, em especial o movimento das mulheres, das que são acolhidas, mas também das que acolhem”, disse a orientadora teológica da OASE Sinodal, do Sínodo Vale do Itajaí/IECLB, pastora Márcia Helena Hülle, uma das organizadoras da iniciativa.
Mulheres que vivenciaram e vivem a violência que, ao serem acolhidas, sentiram-se amparadas e encorajadas a procurar ajuda. As acolhedoras que, ao conversar, ouvir e entregar os materiais com contatos de onde buscar ajuda, sentiram-se fortalecidas. “Talvez não seja muito, mas o que vejo nos olhos de todas é animador. É como oferecer uma ferramenta de transformação”, disse a pastora Márcia.
Um resultado não planejado foi que, a partir dos contatos com os serviços públicos para participarem da realização da Nem Tão Doce Lar, fomos convidadas, como Comunidade Luterana Blumenau Centro, a fazer parte do Comitê Permanente da Rede de Atenção Integral a Pessoas Expostas à Violência.
Uma grande rede de parcerias concretizou a iniciativa: Comunidade Luterana Blumenau Centro, União Paroquial Luterana, OASE – Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas, Conselho Sinodal de Diaconia, Sínodo Vale do Itajaí, Juventude Evangélica do Vale do Itajaí, FURB, Instituto Federal de Santa Catarina, Senac, Unipsi – Associação d@s psicólog@s, Rede Feminina de Combate ao Câncer, OAB – Subseção de Blumenau, MP – Móveis, Pontual Construtora, Prefeitura de Blumenau, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e da Secretaria Municipal de Saúde.