O dia 6 de dezembro, que marca a Campanha do Laço Branco e integra o calendário dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, busca sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. Da mesma forma, o projeto Homem que é homem não bate em ninguém – serviço de atendimento ao homem autor de violência –, desenvolvido pela Associação Artecultura para a Paz Isaura Maia (Aappim), em São Leopoldo (RS).
A iniciativa, que recebe apoio do Programa de Pequenos Projetos da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e tem parceria com o Juizado de Violência Doméstica do município, surgiu a partir da necessidade de suprir uma lacuna na rede de atendimento, tendo em vista que, à época, apenas o Centro de Referência da Mulher – Centro Jacobina – prestava esse atendimento. Atualmente, a Isaura Maia é a única organização no município que executa esse serviço.
O artigo 45 da Lei Maria da Penha estabelece a criação de centros de educação e de reabilitação para agressores e possibilita ao Poder Judiciário determinar o seu comparecimento obrigatório.
O serviço é gratuito, sendo priorizados casos encaminhados por meio de determinação judicial. Também pode ser acessado pela rede socioassistencial do município e por iniciativa espontânea dos homens autores de agressão.
Além do atendimento feito por uma equipe multidisciplinar, que oferece orientações e encaminhamentos de ordem social, psicológica e jurídica, o serviço promove encontros para homens autores de violência – os grupos reflexivos sobre gênero. São oito encontros, divididos em quatro eixos: Gênero e Poder; Gênero e Violências; Gênero, Saúde e Sexualidades; e Gênero e Estereótipos.
O projeto completou um ano em 21 de novembro, tendo passado pelos atendimentos quase 200 homens, entre acolhidas e grupos reflexivos sobre gênero. Para 2018, a Isaura Maia lançará uma publicação relatando a experiência no atendimento aos homens, seus impactos e resultados.
Conheça aqui o trabalho de Isaura Maia.