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Mulheres Luteranas celebram 500 anos da Reforma e divulgam nota contra reforma da Previdência

Mulheres Luteranas celebram 500 anos da Reforma e divulgam nota contra reforma da Previdência
22 de março de 2017 zweiarts

A Fundação Luterana de Diaconia participou do encontro Mulheres Luteranas celebrando os 500 Anos da Reforma, realizado de 17 a 19 de março, em Foz do Iguaçu (PR), por ministras e lideranças de sínodos e de comunidades da IECLB.

O evento, que reuniu mais de 2 mil participantes, celebrou o protagonismo das mulheres no movimento da Reforma. Também buscou refletir sobre sua presença nos atuais espaços decisórios da igreja e os desafios enfrentados nesses espaços.

A presença da FLD se deu por meio dos projetos Rede de Comércio Justo e Solidário, que integra Empreendimentos Econômicos Solidários dos segmentos da alimentação, artesanato, confecção, reciclagem e prestação de serviços, e a exposição Nem Tão Doce Lar, aberta para visitação durante os três dias. Para viabilizar a montagem da exposição, a FLD contou com o apoio do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia/Marechal Cândido Rondon (PR) e da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Foz do Iguaçu. A secretária executiva, pastora Cibele Kuss, coordenou uma das palestras temáticas.

A fala da primeira manhã ficou a cargo da secretária executiva da Secretaria de Mulheres na Igreja e na Sociedade, da Federação Luterana Mundial (FLM), pastora Dra. Elaine Neuenfeldt (foto em destaque). A moderação esteve a cargo da pastora doutoranda Márcia Blasi, do Programa Gênero e Religião da Faculdades EST.

Na parte da tarde, foram oferecidas palestras temáticas: Cozinha/À Mesa de Catarina, apresentada pela diácona e professora da UFSM, Dra. Márcia Paixão; Libertas para arriscar – Mulheres no movimento da Reforma, pela pastora Ma. Regene Lamb e pela diácona Telma Kramer; Mulheres e a Igreja sempre em Reforma, pela pastora Dra. Claudete Beise Ullrich; Mulheres e Mídia, por Daniéli Busanello; Tecendo conhecimentos, pela pastora Dra. Marli Brum; e Mulher e Políticas Públicas, pela secretária executiva da FLD.

No encerramento do encontro, as mulheres divulgaram um Manifesto contra a Reforma da Previdência Social. Leia abaixo:

Mulheres Luteranas celebrando os 500 anos da Reforma Protestante dizem: somos contra a reforma da Previdência Social

Nos dias 17 a 19 de março de 2017, reunimo-nos em Foz do Iguaçu/PR, mais de 2 mil mulheres vindas de todas as regiões do Brasil, para o Encontro Nacional de Mulheres da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) sob o tema Mulheres Luteranas celebrando os 500 anos da Reforma e viemos a público manifestar-nos contra a atual política brasileira de retirada de direitos.

Unimo-nos ao Manifesto da Direção da IECLB, que reflete em sua Carta do dia 16 de março de 2017 a situação política precária pela qual passa o país. Também afirmam a grande problemática que se avista com a reforma da Previdência. De acordo com a carta, ‘Em 2017, lamentavelmente, aumenta o receio de que o Brasil caminha em direção ao abismo. Para exemplificar, focamos o tema da reforma da Previdência. Há quantas décadas ouvimos que recursos deste caixa são desviados para viabilizar outros projetos. Há quanto tempo ouvimos que é incalculável o montante de contribuições ao INSS que é sonegado. O noticiário é farto em dados que denunciam aposentadorias astronômicas para uma minoria privilegiada. Afinal, como os recursos pagos à Previdência são administrados? (Carta Pastoral de 15 de novembro de 2016)’.

Como mulheres de Confissão Luterana, reafirmamos que somos contra o projeto de reforma da Previdência apresentada pelo atual Governo, tendo em vista que ela atinge diretamente as mulheres, em suas diferentes áreas de trabalho. A sociedade brasileira ainda é fortemente patriarcal. A grande maioria das mulheres exerce uma dupla ou tripla jornada de trabalho, portanto os critérios para a Aposentadoria devem ser diferenciados para homens e mulheres.

Exigimos uma auditoria transparente da Previdência Social e que os recursos advindos desta contribuição sejam distribuídos com justiça. Como mulheres luteranas, que constroem a sua história a partir do movimento da Reforma, orientamo-nos pela palavra bíblica do profeta Isaias 59.14: Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar.

Este Manifesto foi aprovado, por aclamação, no dia 19 de março de 2017, de pé, por toda a Plenária.

Foz do Iguaçu, 19 de março de 2017.

Fotos: Débora Ludwig

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