Entre os dias 6 e 8 de março, a exposição Nem Tão Doce Lar integrou as atividades alusivas ao mês da mulheres na cidade de Francisco Beltrão (PR). Com o lema Mulheres em Luta pela Vida – Semeando a unidade popular, o evento, organizado pelo Fórum Regional de Mulheres, contou com a participação de organizações, movimentos, coletivos e núcleos de pesquisa que atuam na garantia de direitos das mulheres.
A FLD-CAPA realizou duas oficinas na sexta-feira para cerca de 60 pessoas. Além disso, a exposição Nem Tão Doce Lar esteve aberta ao público, na praça da matriz, durante todo o dia de sábado e no domingo, quando recebeu as participantes do evento para um momento de interação com a casa e com as acolhedoras.
Essas atividades de formação, com base na metodologia de superação das violências domésticas e familiares, contaram com apoio da Secretaria Geral da IECLB, por meio do Fundo de Trabalho com Vítimas de Violência Doméstica constituído a partir do plano de ofertas nacional.
Talita Slota Kutz, coordenadora do CAPA Verê, já havia manifestado o desejo de levar a exposição para o Sudoeste do Paraná em 2018, quando conheceu a proposta metodológica em Porto Alegre (RS). “A Larissa Simao, nossa assessora técnica, levou a proposta ao Coletivo de Mulheres, do qual o CAPA é membro. A proposta foi aceita e pudemos prestigiar a vinda do projeto em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Além, da exposição itinerante e interativa ter sido acolhida pelo público geral, as integrantes da equipe e o público beneficiário do CAPA também puderam participar das formações, onde foi possível falar sobre as diversas formas de violência”.
Para Cristiane Katzer, da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural, e para as colegas da equipe da Assessorar, a exposição teve um papel fundamental dentro do evento promovido pelo Fórum no município. “A metodologia nos fez refletir e pensar sobre as diversas violências que acontecem com as mulheres e que muitas vezes são mascaradas. A contribuição foi muito importante para as agricultoras que estão dia a dia no campo. Lá as informações não chegam tão rápido e faz com que elas aprendam a ver as violências de forma naturalizada. É importante também percebermos as agressões sutis nas atitudes corriqueiras que acontecem em casa, nas atividades diárias, na igreja e demais espaços que participamos. A exposição da casa não só visibiliza, mas também faz refletir, e esse é o primeiro passo para a denúncia: sair do estado de culpabilização, muitas vezes imposto.”