A morte de Jesus na cruz é uma memória de injustiça e sofrimento intolerável para a comunidade cristã. As mulheres ali estavam, testemunhando a atrocidade no corpo machucado de Cristo.
Nessa pandemia, centenas de milhares de pessoas não puderam velar seus amores, nem viver o luto, encarar a concretude da morte. Não há “normalidade” possível para a fé cristã após a morte violenta de Cristo, o genocídio indígena e negro, os feminicídios, a tortura. Para a comunidade cristã, não há tolerância à finitude produzida pela violência e a negligência.
Somos capazes de fazer um luto por todas essas centenas, milhares, milhões de vidas crucificadas?
A cada Sexta-Feira Santa temos a oportunidade de entender que o luto sentido por Jesus é o mesmo que deveríamos sentir por todas as mortes em massa a cada dia.
O luto é um jeito de sermos gente que sente a dor coletiva e se posiciona contra os horrores das guerras cotidianas.
Sexta-feira Santa é dia de luto coletivo.
A crucificação foi um grito. Ao final, Jesus gritou forte. Ali na cruz está o Filho de Deus, cujo projeto maior era a vida em abundância para toda a Criação.
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