POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA FLD
Na noite do dia 18 de abril, a sede da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), em Porto Alegre (RS), recebeu uma bonita roda para o lançamento do caderno “Grupos em Roda: Democratizando a Gestão de Projetos Sociais com Justiça de Gênero”. O encontro reuniu pessoas que fizeram parte da construção do caderno e representantes de projetos apoiados pelo Programa de Pequeno Projetos (PPP).
O caderno traz informações sobre o que é a gestão democrática na criação de projetos sociais e como praticá-la com justiça de gênero, além de trazer ferramentas para a elaboração de projetos, de forma a se somar às práticas dos grupos e organizações de diferentes territórios.
Resultado de um trabalho coletivo, o caderno foi feito ao longo do acompanhamento aos grupos e projetos apoiados por meio do PPP e se materializou a partir de formações realizadas nos últimos anos nas temáticas da gestão democrática com justiça de gênero e da elaboração de projetos.
Segundo Julia Witt, coordenadora do Programa de Pequenos Projetos e pessoa que mediou o encontro, o PPP “além do apoio financeiro aos grupos e coletivos, é um programa que se propõe e estar ao lado dos grupos e uma das temáticas que perpassa nos últimos tempos é a gestão democrática com justiça de gênero. O aprendizado de encontros aparece sistematizado nesse caderno para que seja utilizado nos territórios”.
Fazendo parte do momento de celebração e partilhas, houve a intervenção artística de MC Brendon SL, militante do Levante Popular da Juventude e morador da Grande Cruzeiro. A Pa. Cibele Kuss, secretária executiva da FLD-COMIN-CAPA deu as boas vindas às pessoas participantes, e Cristian Metz, assessor de relacionamento da FLD, finalizou com o convite para que todas e todos conheçam a campanha Projetos de Vida.
Grupos em roda
“Quando a parceria é boa, quando o trabalho faz sentido, quando a gente se motiva por aquilo, quando o trabalho dialoga com o que a gente sonha e gosta de fazer, dá essa vontade, essa gana. E o resultado está aí”, afirmou Pedro de Almeida Costa, docente e representante do Núcleo de Estudos em Gestão Alternativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NEGA/UFRGS), parceiro na contribuição com a construção do caderno.
Ana Mercedes, também representante do NEGA, reafirmou a oportunidade das e dos estudantes da universidade pública aprenderem e estarem juntas e juntos com quem constrói a economia solidária. “Nosso papel na universidade é produzir conteúdo junto com a sociedade”.
A roda teve a participação também de mulheres que fizeram a revisão do caderno, como Maria Rejane Aurélio da Silva, da Associação Mulheres Educando e Semeando (AMES), de Porto Alegre, e Sueli Angelita da Silva, da Associação de Artesãos da Feitoria (ASAF), de São Leopoldo (RS), que contaram a experiência dos encontros e seus projetos.
“Foi muito interessante quando a gente foi chamada, porque a gente tinha experiência em fazer projetos, e algumas coisas a gente foi se dando conta, como perceber que a gente tinha uma linguagem e essa linguagem não chega. Percebe-se que a linguagem é muito intelectual. Quando eu fui chamada pra fazer a cartilha, eu pensei exatamente nisso: pra quem é isso?”, relatou Sueli. “Acho que é com isso que a gente construiu a cartilha. As pessoas tem condição de ler entender e aplicar. Porque a linguagem é de fácil acesso.”
Maria Rejane ressaltou a importância de se tratar da justiça de gênero. “É preciso conversar sobre isso, ter mais conscientização sobre esse tema. A gente que é da economia solidária e busca trabalhar de forma coletiva, busca a cooperação, a gente precisa também buscar essa justiça de gênero. Se é um trabalho coletivo, que todo mundo tenha voz, tenha respeito com as demais opiniões e sua diversidade”.
O evento foi transmitido ao vivo através do canal do Youtube e Facebook da FLD.
- Assista ao lançamento abaixo: