Relatos de experiências técnicas do Projeto Innova Ecovida são apresentados durante Congresso Brasileiro de Agroecologia
Entre os dias 15 e 18 de outubro, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA), aconteceu o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA). Com o tema “Agroecologia, Convivência com os Territórios Brasileiros e Justiça Climática”, o evento promoveu um espaço de diálogo e articulação entre diversas atrizes e diversos atores sociais de todo o país e até mesmo de parceiras e parceiros internacionais.
A proposta do congresso foi a de reunir conhecimentos, práticas e reflexões, unindo saberes acadêmicos e tradicionais que fortaleçam a agroecologia como estratégia de transformação social e enfrentamento às desigualdades e à emergência climática nos territórios.
Por meio do projeto Innova Ecovida, executado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) com a Rede Ecovida de Agroecologia, agricultoras e agricultores das Unidades de Referência (URs) do projeto também puderam participar do CBA. O objetivo foi promover o intercâmbio de experiências acumuladas a partir das URs trabalhadas pelo Innova Ecovida, sobre as temáticas Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), bioinsumos e produção de sementes e mudas de hortaliças.
Ao total, foram apresentados sete relatos de experiências técnicas nas seguintes temáticas:
- ‘Homeopatia popular no manejo agroecológico de formigas cortadeiras no oeste do Paraná’, da UR Bioinsumos do Núcleo Oeste do Paraná;
- ‘Produção agroecológica de mudas de hortaliças’, da UR de mudas, Núcleo Peroba Rosa;
- ‘Produção on farm de pequeno porte de isolados microbianos: a experiência do grupo Mãos na Terra’, da UR Bioinsumos, Núcleo Planalto/RS;
- ‘Tecnologias simples, impactos reais: a biofábrica da EFASul/FLD – Programa CAPA de Agroecologia e o Fortalecimento da Agroecologia’, da UR Bioinsumos, Núcleo Sul/RS;
- ‘Mulheres guardiãs de sementes: a experiência do Núcleo Serramar da Rede Ecovida de Agroecologia’, da UR Sementes, núcleo Serramar;
- ‘Agroecologia e o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças: aprendizados na transição para a produção sustentável’, da UR SPDH, Núcleo Maria Rosa da Anunciação;
- e ‘Pesquisa e Inovação em Agroecologia fundamentada na metodologia campesina a campesino a partir do projeto Innova Ecovida’, apresentado pela equipe de coordenação do projeto.
Para Maria das Dores Correa Garcia, agricultora agroecologista, guardiã de sementes integrante do Núcleo Serramar (SC) e do projeto Innova Ecovida, a participação no CBA foi uma importante oportunidade de troca de aprendizagens e valorização do conhecimento popular e ancestral. “Participar do Congresso foi para mim uma troca de energia muito bonita, de um grande aprendizado. Sou guardiã de sementes, então falar sobre elas, sobre quem somos em meio à natureza, sobre a agroecologia é muito gratificante. A energia do encontro era muito leve, ver outros povos, outras culturas representadas com o seu conhecimento faz a gente voltar com um gás e uma visão totalmente diferente. O CBA é um dos maiores eventos de agroecologia que o Brasil tem hoje, e foi uma oportunidade incomparável ter a oportunidade de participar, de partilhar conhecimento e fazer essa troca”, avalia.

O CBA
Realizado a cada dois anos desde 2003, o Congresso Brasileiro de Agroecologia é construído por uma ampla frente de parceiras e parceiros nacionais e internacionais, que trabalham coletivamente por uma ciência pública e cidadã comprometida com a construção dos territórios agroecológicos.
Mais que um espaço de fortalecimento da agroecologia como ciência, o CBA é um território de diálogo entre diferentes formas de conhecimento, proporcionando legados agroecológicos em todos os territórios por onde ele passa.
Nesta edição, os objetivos principais do congresso foram promover debates descentralizados nos territórios brasileiros para a construção coletiva de conhecimento, criar espaços de convergência entre diferentes formas de construção do conhecimento agroecológico e publicar materiais que subsidiem políticas públicas com a agroecologia como eixo orientador.
Nesta 13ª edição, o CBA foi realizado pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), com organização local da Univasf, do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), do Serviço de Assessoria a Organizações Populares (Sasop), da Articulação Semiárido Brasieiro (ASA), da Universidade do Estado da Bahia (Uneb de Juazeiro), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) e Rede de Agroecologia Povos da Mata.
O Congresso contou com patrocínio da Fundação Banco do Brasil e do BNDES e apoio do Governo Federal por meio dos Ministérios da Saúde, Igualdade Racial, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e FioTec, e Prefeitura Municipal de Juazeiro; e Governo do Estado da Bahia, por meio do Programa Bahia Sem Fome e Bahia Turismo.
Contou também com a contribuição de representantes de diversas organizações, redes e articulações da sociedade civil, instituições de ensino, movimentos sociais populares e comunidades tradicionais.
Projeto Innova Ecovida
O projeto Innova Ecovida é executado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), por meio do Programa CAPA de Agroecologia, com a Rede Ecovida de Agroecologia e compõe o programa global ‘Organizações de agricultores líderes em pesquisa e inovação em agroecologia para sistemas alimentares sustentáveis”, chamado de FO-ledR&I. O projeto é apoiado pela União Europeia (UE) e Organização de Estados da África, Caribe e Pacífico (OACP), por meio do instituto Infocos Agri-Agência.
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* Com informações da Associação Brasileira de Agroecologia