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Por práticas responsáveis de consumo e alimentação saudável, encontro reúne Rede de Comércio Justo e Solidário e IECLB

Por práticas responsáveis de consumo e alimentação saudável, encontro reúne Rede de Comércio Justo e Solidário e IECLB
30 de junho de 2023 Comunicação FLD
POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA FLD

A Comunidade Evangélica de Porto Alegre (CEPA), em Porto Alegre (RS), recebeu, no dia 21 de junho, o Encontro Comércio Justo, Consumo Responsável e Alimentação Saudável. Mais de 80 pessoas participaram da atividade, que teve como objetivo construir, de forma coletiva, estratégias e ações que contribuam com relações justas de produção e distribuição de bens nos espaços da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).

O encontro foi promovido pela Secretaria de Ação Comunitária da IECLB, Rede de Comércio Justo e Solidário e Fundação Luterana de Diaconia (FLD), em parceria com o Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST e com apoio da Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA).

Participaram pessoas da Rede de Comércio Justo e Solidário, representantes dos sínodos da região Sul, da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), da Legião Evangélica Luterana (LELUT), da Juventude Evangélica, do Programa de Gênero e Religião e equipe da FLD-COMIN-CAPA.

Junto ao encontro, aconteceu a Feira da Economia Solidária e Agricultura Familiar Agroecológica, com a venda de diversos produtos de artesanato, confecções e alimentos saudáveis agroecológicos de empreendimentos e cooperativas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná que fazem parte da Rede. Entre eles, empreendimentos acompanhados pelo Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA), programa da FLD que assessora cooperativas e associações da agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais e promove a comercialização de alimentos saudáveis.

Programação do encontro

O encontro teve início com uma meditação conduzida por Marli Brun, do Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST, e pelo Diác Dionata Rodrigues de Oliveira, do Sínodo Nordeste Gaúcho. Logo após esse momento, houve saudação do P Marcos Bechert, Secretário-Geral da IECLB, que ressaltou o desafio de se atuar com a agroecologia e o comércio solidário e, por isso, a importância de ter pessoas comprometidas e que “mantêm a fidelidade e o cultivo de fazer o comércio justo e solidário, fazendo como concreta e alternativa viável para a nossa sociedade”.

A Pa Cibele Kuss, secretária executiva da FLD-COMIN-CAPA, destacou a diversidade das pessoas e empreendimentos que compõem a Rede. “São corpos múltiplos e em movimento e isso é uma enorme benção para que possamos tecer muitas parcerias pensando no comércio justo, na economia solidária e, principalmente, na forma como nós, nos nossos territórios, comunidades e nos sínodos, podemos promover o consumo consciente que agrada e sustenta a diversidade da criação de Deus”.

As pessoas também foram saudadas por Gil Neves, do empreendimento econômico solidário D’versas, de Porto Alegre, e Flávia Comiran, da Agricultura Familiar Agroecológica de Erechim (RS), representantes da Rede de Comércio Justo e Solidário, e por Gustavo Driau, representante regional de Serviço e Justiça da ELCA, através de um vídeo.

Angelique van Zeeland, assessora programática da FLD, afirmou que a economia solidária é uma estratégia de transformação social e que a promoção da justiça socioambiental visa promover relações justas entre os grupos.

Durante o encontro, houve apresentação musical de Paulo Natureza, da Família Soares, de São Leopoldo (RS), e de poesia com Gil Neves. Ao final, o P Sinodal Fábio Rucks, do Sínodo Noroeste Rio-Grandense e presidente da Diretoria Executiva da FLD-COMIN-CAPA, encerrou o evento com uma oração e lembrando que é preciso sempre “agir na diaconia amorosa e transformadora”.

Rede de Comércio Justo e Solidário

A Rede de Comércio Justo e Solidário foi apresentada através da fala de diversas pessoas que trouxeram suas experiências e os desafios e expectativas dos diferentes segmentos: alimentação, artesanato, confecção, reciclagem e serviços.

Criada em 2012, a Rede possibilita a autonomia e o sustento de muitas famílias, além de movimentar a economia das comunidades locais e promover outra forma de consumo mais responsável. São mais de 40 empreendimentos econômicos solidários, parceiros da FLD, nos três estados da região Sul do país, a maioria integrados por mulheres. Saiba mais sobre a Rede.

Saori Kern faz parte de uma família de agricultoras e agricultores agroecologistas de Santa Cruz do Sul (RS) e que comercializa em feiras junto à Cooperativa Ecovale. “A gente trabalha com agroecologia há mais de 10 anos na propriedade e a gente vê muita importância na produção agroecológica dos alimentos, tanto pela questão da nossa saúde quanto pela saúde de quem vai consumir o alimento”.

A importância do trabalho em rede foi destacada por Geni Rosângela Dias, do empreendimento da Economia Solidária Mãos Unidas, de São Leopoldo. “A Rede trabalha a sustentabilidade nos seus pilares, que é o social, o meio ambiente e o econômico. Ela vai lá e trabalha com o agricultor, que fornece o insumo para os empreendimentos, e os empreendimentos em si levam para o consumidor um alimento saudável e de qualidade; e, no final, o rejeito vai para o empreendimento que trabalha com óleo e faz o sabão ou vai pra reciclagem, tem o destino correto”.

Um dos temas trazidos na apresentação também foi o consumo responsável. “Nós, da Rede de Comércio Justo e Solidário, entendemos que é fundamental que a sociedade abrace conosco o consumo consciente. Cada pessoa que consegue consumir de empreendimentos que são da Economia Solidária e vivenciam os princípios da Economia Solidária pode contribuir com a transformação dessa estrutura econômica que a gente vive, por um sistema mais justo, mais igualitário, mais humano”, afirmou Gil Neves.

As juventudes estiveram presentes no encontro, comprometidas com a justiça econômica e socioambiental. Aesha Eduarda Dias da Silveira, do empreendimento Mãos Unidas, explicou que a importância da Rede, além de ajudar mulheres e homens, é mostrar “aquele amor que eles têm no artesanato, na comida, sendo um alimento que vem dos agricultores, sem agrotóxico, e que é uma grande parceria”.

“Pra nós, da Juventude Evangélica, o compromisso com a Rede de Comércio Justo e Solidário significa também compromisso com a criação de Deus, criação essa da qual nós, seres humanos, também fazemos parte”, ressaltou Natan de Oliveira Schumann, coordenador do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (CONAJE) da IECLB. Natan exemplificou com a campanha Juventudes e Justiça Ambiental, da Juventude Evangélica, que convida as comunidades da IECLB a se engajarem na reflexão e ação em prol da justiça ambiental.

IECLB e a construção de estratégias para o comércio justo

Durante a tarde, divididas em grupos por sínodo e com representantes dos diversos segmentos e grupos que compõem a Rede, as pessoas participantes discutiram as estratégias para adoção de práticas de comércio justo, consumo responsável e alimentação saudável nos diferentes espaços da IECLB. As reflexões sobre o que se está fazendo, no que é possível avançar e quais compromissos serão levados a partir do encontro foram partilhadas entre todas e todos em uma apresentação.

“O comércio justo impulsiona a construção de um mundo mais justo e digno para toda e qualquer vida”, destacou o P. Olmiro Ribeiro Junior, Secretário da Ação Comunitária da IECLB, ao falar sobre a relação da Rede e a IECLB. “Nosso compromisso de fé parte da justificação por graça e fé, ou seja, ações que acolhem, promovem e dignificam a vida. E o comércio justo é uma proposta de nos envolvermos e partilharmos o que temos e o que somos com um comércio que traz valor e dignidade na sociedade e para as famílias”.

O P Sinodal Eduardo Paulo Stauder, do Sínodo Nordeste Gaúcho, lembrou que viver em comunidades é cuidar da vida e, “para isso, é fundamental que a gente tenha atitudes que promovam a justiça, protejam as pessoas, façam com que a vida neste mundo seja realmente boa e digna para todos e todas”. Ele mostrou que, no Sínodo, os banners utilizados em eventos foram reciclados e transformados em sacolas através do empreendimento econômico solidário Ciclo Reverso. “São atitudes pequenas, mas significativas, que aproximam as pessoas e criam realmente uma grande rede que valoriza e protege a vida”.