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Nem Tão Doce Lar promove formação e monta casa-exposição em alusão à campanha Setembro Amarelo em Afonso Cláudio (ES)

Nem Tão Doce Lar promove formação e monta casa-exposição em alusão à campanha Setembro Amarelo em Afonso Cláudio (ES)
23 de setembro de 2024 Comunicação FLD
POR EQUIPE NEM TÃO DOCE LAR

Entre os dias 9 a 13 de setembro, a Nem Tão Doce Lar esteve na cidade de Afonso Cláudio (ES) com diversas atividades, incluindo rodas de conversa e a casa-exposição aberta ao público. As atividades aconteceram em meio ao Setembro Amarelo, campanha campanha de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio. A casa-exposição foi montada na sede da Associação Diacônica Luterana (ADL), no distrito de Serra Pelada, e no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).

Em Afonso Cláudio, a iniciativa ocorreu em parceria com a ADL, Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação, Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e CRAS. 

No dia 10, a exposição recebeu a visita de turmas dos Ensinos Fundamental e Médio da Escola Estadual Elvira Barros. Cerca de 140 estudantes participaram da visita guiada e das rodas de conversa sobre o tema da violência psicológica e demais tipificações de violência no âmbito doméstico e familiar. 

Na noite do mesmo dia, Renate Gierus e Rogério Oliveira Aguiar, assessora e assessor de projetos da FLD, respectivamente, estenderam a atividade às famílias de jovens atendidas e atendidos na ADL no serviço de convivência. Foi um momento que contou com palestra, apresentações artísticas de jovens e visita à casa-exposição. 

No dia 11, aconteceu no Auditório do CRAS a oficina de formação para pessoas acolhedoras, que contou com a presença de 60 representantes de organizações da sociedade civil e equipamentos públicos. As abordagens buscaram trazer elementos que dialogaram com a campanha do Setembro Amarelo na relação com a violência em âmbito doméstico e familiar.

 

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“Falar sobre a temática de violência doméstica tem uma relação intrínseca com a campanha, pois sabemos o quanto as vítimas de violência sofrem consequências em sua saúde mental. Portanto, saber identificar sinais de violência ainda em suas formas mais sutis pode contribuir para que a vítima se perceba nesse contexto e busque ajuda antes que tenha consequências ainda maiores em sua vida”, afirmou Jamila Saiter Berger, coordenadora do CRAS. 

Ela também enfatizou a importância de se ter um espaço lúdico e que comunique às pessoas visitantes desde as formas mais explicitas de violência, quanto as sutilezas do cotidiano. “Muitas crianças do serviço de convivência e das escolas participaram da exposição e notaram medicamentos, bebidas alcoólicas, vidros quebrados, manchas de sangue, recados de pedidos de desculpa, podendo se perceber, muitas vezes, como parte desse ambiente e tendo a oportunidade de se perceber também como o agente transformador dessa realidade”.

Quando montada nas dependências do CRAS, a casa-exposição contou com visitas de estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio de escolas próximas, dos grupos de mulheres do Centro de Referência, toda a equipe do Núcleo Margaridas e também de adolescentes do serviço de convivência da Associação Pro-Casa do Menino. 

A casa ficou aberta ao público entre os dias 12, 13 e 16. Todas as visitas foram seguidas de rodas de diálogo e partilha de relatos por parte dos grupos visitantes. “A dinâmica provocou uma agitação no público que participou da exposição trazendo perguntas e inquietudes que em outros espaços não se sentiram confiantes para compartilhar. Levantando a reflexão sobre o respeito que existe na convivência não apenas entre esposo e esposa ou entre pais e filhos, mas também em relação à diversidade de gênero. Muitas pessoas foram conscientizadas sobre direitos humanos, relação de respeito e não de abuso, liberdade de expressão e superação da violência contra a mulher e contra as pessoas que integram a comunidade LGBTQIAPN+”, relatou Adriel Zambrano Hottz, estudante do curso de Música e Educação Social na ADL. 

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Projetos pela superação da violência

Esta é a segunda vez que a exposição esteve em Afonso Cláudio. Em 2022, foi montada na praça Aderbal, no centro da cidade. Para Elismara Lauvrz, assistente social da ADL, a segunda edição da Nem Tão Doce Lar no município contribuiu para a cooperação mútua entre ADL e os equipamentos públicos que integram a rede socioassistencial do município, contribuindo para o fortalecimento da rede e das ações realizadas de forma conjunta entre organizações da sociedade civil e os órgãos governamentais. 

A ADL está executando um projeto de acompanhamento a mulheres com formação profissional com foco na superação da violência patrimonial. Essa ação conta com apoio do Programa de Pequenos Projetos da FLD e com apoios locais. “Destaco a importância da vinda do projeto Nem Tão Doce Lar ao município de Afonso Cláudio pela segunda vez. A ação foi planejada dentro do escopo do Projeto ‘Renascer’, em parceria com a FLD, com o objetivo de apoiar mulheres vítimas de violência atendidas pela rede socioassistencial, oferecendo cursos e oficinas profissionalizantes que visam promover o empoderamento e a autonomia dessas mulheres. Além disso, a exposição proporcionou um aprimoramento no processo de observação e escuta entregue, ampliando o conhecimento”, disse.

Lorena Pimentel, coordenadora do Núcleo Margaridas – Micro Região Sudoeste Serrana, afirma a necessidade de espaços de formação contínua, formação de profissionais e sensibilização da população para o tema, pautas muito importantes quando o assunto é superação da violência doméstica e familiar. “As formações com a rede sociossistencial são de suma importância para alinharmos e padronizarmos os atendimentos, dando o melhor suporte e assistência a usuários e assistidas. Também vale ressaltar que a violência é algo que está enraizado na sociedade e não devemos normalizar, principalmente tratando-se de violência doméstica, onde o lar deveria ser um lugar seguro e acolhedor”.

Lorena também chama a tenção para o fato de que as ações de enfrentamento à violência doméstica e familiar precisam ser permanentes e contínuas, abarcando todas as datas e possibilidade de abordagem do tema. “Achei super pertinente e enriquecedora as pautas do projeto e esperamos que mais ações do tipo sejam provocadas no município para que, de fato, o tema violência doméstica não fique restrito aos meses de bandeiras de luta como o Agosto Lilás, Março de Luta ou os 21 dias de Ativismo em novembro”.

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