Enquanto as mais recentes negociações sobre mudanças climáticas da ONU tem início em Doha, no Catar, na COP 18 (de 26 de novembro a 7 de dezembro) – jovens luteranos de todas as partes do mundo reuniram-se na cidade para levantar suas vozes, exigindo ações concretas e lições tangíveis para serem levadas para casa, para comunidades e para igrejas.
“Os governos precisam tomar decisões que irão beneficiar toda a humanidade, e olhar para além dos interesses nacionais”, disse uma das coordenadoras da delegação da Federação Luterana Mundial (FLM), Tsiry Rakoto, de Madagascar. “Estamos pedindo um comprometimento sério para a redução de gases de efeito estufa e para o uso de fontes de energia limpa”.
Ela enfatiza a necessidade do apoio a países pobres, cujas comunidades já vivem os efeitos catastróficos das mudanças climáticas. “Na maioria das vezes, estes países não têm recursos para se recuperar das perdas e da destruição.”
A delegação da FLM é integrada por nove jovens, com idades de 21 a 29 anos, que vêm de igrejas membro na Argentina, no Brasil (Raquel Kleber, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), Canadá, Alemanha, Índia, Madagascar, Noruega, Papua Nova Guiné e Polônia. O grupo participa na qualidade de observador, em eventos paralelos de incidência política, juntamente com outros representantes da Aliança ACT, do Conselho Mundial de Igrejas e de diversas delegações globais de jovens.
A previsão é que cerca de 17 mil pessoas participem da 18ª Conferência das Partes (COP) para a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que teve início no dia 26 de novembro e segue até o dia 7 de dezembro.
Warime Guti, de Papua Nova Guiné, acredita que mudanças climáticas é o tema mais importante para a sua geração. “Minha dúvida é se os países realmente vão assumir e honrar os compromissos, pelo bem comum – tanto em palavras quanto em ações, e tanto para países desenvolvidos quanto para países pobres”, disse ele.
As negociações em Doha irão abordar uma série de questões, incluindo os preparativos em direção a um novo tratado, em substituição ao Protocolo de Kyoto, que finaliza em 2015. O Protocolo de Kyoto é o único acordo jurídico que obriga os países signatários a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa.
A conferência também vai promover a discussão sobre os mecanismos de financiamento do clima, como o Fundo Verde do Clima, para ajudar os países afetados pelas mudanças climáticas. “Países-chave ainda precisam apresentar novos números-limite de emissão e de redução para este novo tratado renovado. Outros países se comprometeram com metas extremamente modestas”, disse Tsiry Rakoto.
Colocando a juventude na frente e no centro
Jovens luteranos e luteranas têm sido envolvidos/as em ações de incidência, tanto em âmbito nacional quanto internacional, mas a reunião em Doha marca a primeira experiência da FLM. “Estes e estas jovens não são apenas os/as membros da delegação da FLM para o encontro em Doha, eles e elas são a delegação da FLM para Doha”, afirmou o secretário-geral da FLM, reverendo Martin Junge. “Como uma comunhão de igrejas, tomamos a decisão clara de colocar os/as jovens na frente e no centro do nosso movimento de incidência sobre as mudanças climáticas, porque eles e elas são atualmente líderes em nossas igrejas e são quem herdará o planeta que as gerações anteriores deixarem para trás.”
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Na foto, Raquel Kleber, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), membro da delegação da Federação Luterana Mundial para Doha, fala com o embaixador André Corrêa do Lago, chefe da delegação do Brasil na COP18. Raquel foi, junto com a equipe da Fundação Luterana de Diaconia e com jovens do Conselho Nacional da Juventude Evangélica, responsável pela elaboração da cartilha Criatitude.
Texto e foto: Sidney Traynham, coordenador de Comunicação da FLM na COP18.