O município gaúcho vai adotar a Coleta Seletiva Solidária e contratar a Cooperativa de Catadores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), ligada ao Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), para realizar o serviço. A comunicação foi feita oficialmente na terça-feira, dia 10 de abril, pela prefeita Kelly Moraes e o seu vice Luiz Augusto Costa, à comissão do Fórum de Ação pela Coleta Seletiva Solidária e Reciclagem de Santa Cruz do Sul (FACS). A decisão é um marco histórico na cidade para consolidação de um modelo de gestão dos resíduos que de fato integre a comunidade na elaboração e no controle social das políticas públicas.
“O presente projeto foi fruto das discussões do fórum que, desde sua fundação em 2009, vem aglutinando e mobilizando uma série de entidades e indivíduos interessados em construir um processo participativo e inclusivo na gestão integrada dos resíduos sólidos” ressaltou o coordenador da Universidade do Rio Grande do Sul (UERGS) e membro do fórum, José Schimitz. O projeto prevê a implementação gradativa da coleta seletiva na área urbana de Santa Cruz, em um processo integrado entre catadores, moradores e poder público.
A proposta está fundamentada em três grandes eixos: o Plano de Capacitação, o Plano de Roteirização e o de Conscientização. Um Grupo de Trabalho foi formado para organizar o cronograma de execução, sob a responsabilidade da Secretaria de Saneamento e Meio Ambiente (Semmas) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com participação dos integrantes do Fórum. A expectativa é que no prazo de três meses se inicie a primeira etapa do projeto.
“A Coleta Seletiva Solidária tem sido adotada por alguns municípios brasileiros e vem ganhando força nas alternativas de inclusão socioeconômica dos catadores”, avaliou a assessora de projetos da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Angelique van Zeeland. “Como nesta modalidade estabelecem-se relações diretas entre a comunidade e catadores, os resultados são mais eficientes”. A FLD é parceira do MNCR em diversas iniciativas que contemplam o fortalecimento da cadeia produtiva de materiais recicláveis e a formação de catadores e de catadoras.
“É um desafio implantar a Coleta Seletiva Solidária, mas sabemos da importância tanto social quanto ambiental da iniciativa. É preciso o trabalho em conjunto e a conscientização para que dê certo”, disse a prefeita Kelly Moraes. A catadora integrante da Cooperativa de Catadores de Santa Cruz (Coomcat) e militante do MNCR, Ângela Maria Nunes, afirmou estar muito satisfeita com a conquista: “sabemos que é fruto de muita luta e engajamento de muita gente. Agora poderemos mudar a vida de mais companheiros e companheiras”.
“Este dia fica marcado na história, pois foi feita uma opção pela justiça social e pela preservação do meio ambiente. Foi tomada a decisão que todos os que estão nesta caminhada queriam ouvir, o ‘sim’ à coleta solidária. Isto é fruto da mobilização de toda sociedade e o mérito é de todos que acreditam que podemos mudar as coisas”, comemorou o coordenador da Coomcat e militante do MNCR, Fagner Jandrey.
Na reunião do dia 10, além da administração municipal e MNCR, participaram da reunião representantes do Banco do Brasil, Instituto Humanitas, Mercur S.A., Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (UERGS) e Escola Família Agrícola (EFA). Todos firmaram seu comprometimento em continuar construindo em junto o processo no município. (Fonte: Assessoria de Comunicação MNCR/Comitê Malvina Tavares).