Na noite de quarta-feira, dia 30 de setembro, a FLD promoveu uma celebração pelos seus 15 anos, na Paróquia Matriz, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), em Porto Alegre (RS), conduzida pela presidenta da Diretoria, diácona Valmi Becker, e a secretária executiva, pastora Cibele Kuss. “A Diaconia Transformadora muda a FLD constantemente, desafiando-a mais e mais a amar a Deus e toda a criação, com o coração e o corpo, com intuição e reflexão, e a construir processos de ação onde a justiça de gênero, ambiental, econômica, os direitos humanos sejam expressão concreta do diaconar”, disse a secretária executiva, na prédica.
Nesta perspectiva, a organização construiu uma Política de Justiça de Gênero, “um grande e bonito desafio, que nos movimenta em direção de relações justas e igualitárias”, disse Cibele. “Ainda que bonito, o desafio é tenso. Mas a tensão faz parte da diaconia transformadora. Avançamos quando os debates e as reflexões saem do campo das ideias e se concretizam na vida”.
Depoimentos
Integrantes de grupos e organizações parceiras foram convidadas e convidados a participar do momento, trazendo objetos do seu cotidiano e denunciando situações de injustiça.
A coordenadora da Associação de Catadoras e Catadores Amigos da Natureza (Aclan), Tugira Cardoso, de Uruguaiana (RS), trouxe uma garrafa em cacos: “é uma lembrança das muitas vezes em que acordei de madrugada, no inverno, para trabalhar no lixão, coletando material para vender, e metia a mão no lixo e me cortava com vidro quebrado. Foram muitas vezes.”
Loeci Ribeiro Quevedo, da comunidade quilombola Monjolo, e Adriana da Silva Ferreira, da comunidade quilombola Coxilha Negra, atendidas pelo Núcleo Pelotas do Centro de Apoio e Promoção à Agroecologia (CAPA), no interior de São Lourenço do Sul (RS), falaram sobre a importância da terra. Já o coordenador do Núcleo do CAPA de Santa Cruz do Sul (RS), Sighard Hermany, denunciou o uso excessivo de agrotóxicos.
A violência contra as mulheres foi representada por duas integrantes da equipe da FLD, e a violência e o preconceito contra imigrantes, aqui no Brasil, foram lembrados por Renel Simon, da comunidade haitiana de Lajeado (RS).
Eloí Peter, do Centro Diaconal Evangélico Luterano (Cedel), alertou sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, penalizando, na sua maioria, jovens negros. Já o pastor da IECLB em Três de Maio (RS) e voluntário do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Renato Kuntzer, falou sobre o deslocamento de famílias agricultores, indígenas, e a destruição da natureza.
Participantes, convidadas e convidados
Com a presidenta Valmi Becker, participaram da celebração, por parte da Diretoria da FLD, a vogal Daniele Schmidt Peter e o vogal Siegmund Berger; e por parte do Conselho, seu presidente, Roni Bonow, a vice-presidenta, Marliza Melaine Schwingel, a conselheira Cleci Koch, do Sínodo Uruguai/IECLB e Ronald Markus, do Sínodo Vale do Taquari/RS, além de toda a equipe da Fundação Luterana. Da Direção Geral da IECLB estiveram o pastor presidente, Nestor Friedrich, a pastora 1ª vice-presidente, Silvia Genz, o pastor 2º vice-presidente, Inácio Lemke, a secretária geral da IECLB, Ingrit Vogt, pastoras e pastores sinodais, secretárias e secretários e assessoras e assessores.
Representantes dos três parceiros estratégicos da FLD, o CAPA, o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN) e do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) também se fizeram presentes.
Entre as convidadas e os convidados ecumênicos, estavam a secretária geral do Conselho de Igrejas Cristãs no Brasil, Romi Bencke, o coordenador de Koinonia, Rafael Soares de Oliveira, o diretor executivo de Diaconia, Armindo Klumb, a diretora executiva da Cese, Sônia Mota e o presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) e integrante da Rede Ecumênica da Juventude (REJU), Daniel Souza.