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Movimentos Populares debatem Encíclica do Papa Francisco em Santa Catarina

Movimentos Populares debatem Encíclica do Papa Francisco em Santa Catarina
6 de novembro de 2015 zweiarts

“É preciso ter coragem e ousadia para que a religião não contribua para a perda de direitos”, disse a secretária executiva da FLD.

“O cuidado da casa comum: Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”: é este o debate que movimentos populares, sindicatos, igrejas, pastorais sociais e mandatos de parlamentares, trouxeram para a reflexão no dia 31 de outubro, em Chapecó (SC).

Com a presença de João Pedro Stédile, da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e da pastora Cibele Kuss, secretária executiva da Fundação Luterana de Diaconia, cerca de 500 militantes, trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade, estiveram reunidas e reunidos nessa articulação e luta em defesa de uma casa comum, onde as pessoas e a natureza devem ser respeitadas de forma integral.

O convite para a participação de Cibele veio do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), com o objetivo de trazer contribuições sobre a afirmação dos direitos das mulheres. Na sua fala, a secretária executiva da FLD lembrou que o país enfrenta um momento de profundo fundamentalismo e um crescente fascismo. “A violência contra as mulheres tem aumentado, e muito. Companheiras e companheiros haitianas e haitianos, por exemplo, estão sendo hostilizadas e hostilizados e até mesmo assassinadas e assassinados. Preconceito, xenofobia são sentimentos que têm levado a atitudes de ódio.”

A religião pode alienar ou libertar e sempre será um espaço de ambiguidade. Existem organizações religiosas extremamente conservadoras, que não estão isoladas do sistema econômico. “Mas é fundamental que nós, como organizações religiosas ou com algum tipo de vínculo com instituições baseadas na fé, tenhamos coragem e ousadia em nossa reflexão teórica e prática, para que a religião não contribua para a perda de direitos”, afirmou Cibele.

Para João Pedro Stédile este é um importante momento para os movimentos populares, pois finalmente se tem um Papa como liderança popular, preocupada com o rumo da humanidade.

Do seminário também foram tirados encaminhamentos para serem realizadas nas diferentes regiões do estado, atividades como o fortalecimento do trabalho de base, o diálogo sobre a encíclica nos municípios e paróquias.

Por Leticia Pereira / www.mmcbrasil.com.br
Fotos: 
Diocese de Chapecó, SC