Em 17 de dezembro comemora-se o Dia Nacional do Bioma Pampa, data escolhida em homenagem ao nascimento do ambientalista José Antônio Lutzenberger. O Pampa foi reconhecido como Bioma em 2004 e teve seu dia criado em 2007, necessitando ser considerado como patrimônio natural na Constituição Federal! (PEC do Bioma Pampa 05/2009).
Entre os biomas brasileiros, o Pampa é exclusivo da metade sul do Rio Grande do Sul, ocupando uma área de 178.243 km2, correspondendo a 63% do território gaúcho e 2,07% do território nacional. É o que apresenta o menor número de áreas formalmente protegidas, representando somente 0,36% de sua área de ocorrência.
O Bioma Pampa ainda carece de legislação específica e de políticas públicas para sua proteção, como acontece com outros biomas brasileiros, e vem sofrendo grande conversão das áreas de vegetação remanescente, que hoje não ultrapassam 36% de seu território, para monoculturas de exportação e outras formas de degradação de seus ecossistemas.
Além de patrimônio natural, o Pampa é também um legado cultural do povo gaúcho que está ameaçado pelas monoculturas e pela destruição de seu habitat natural.
Nesse contexto, também os povos e comunidades tradicionais, que historicamente vivem no bioma, têm sofrido com a ameaça a seus territórios, modos de vida e desrespeito a seus direitos. Suas trajetórias e culturas, entretanto, mantêm vivos os saberes e a forma respeitosa de relação com o ambiente, passados de geração em geração. Povos indígenas, comunidades quilombolas, pescadoras e pescadores artesanais, povo de terreiro, povo cigano e pomerano, benzedeiras e benzedores e pecuaristas familiares constituem uma sociodiversidade muitas vezes invisibilizada, mas que carrega consigo histórias de luta, resistência, cuidado e respeito aos seus lugares, contribuindo na conservação do bioma. Muitas vezes, seus territórios tradicionais abrigam ainda áreas bastante conservadas e representativas do Pampa.
O Pampa vem sofrendo uma progressiva descaracterização do seu território pelas crescentes ameaças com o cultivo do agronegócio de árvores exóticas e plantas transgênicas como lavouras de soja e agrotóxicos, que não pertencem ao bioma nativo, no qual a vegetação original é composta por plantas herbáceas e arbustos. O campo é a expressão adequada para o perfil climático e o tipo de solo da região.
O Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente pretende realizar este debate em parceria com entidades, convidando todas e todos para participar, em favor do Bioma Pampa e em Defesa da Vida. Haverá distribuição e sorteio de materiais. Convide sua entidade, colegas e amigos para este evento em https://www.facebook.com/events/348147128873731/
No Auditório do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA), Rua João Alfredo, 61, Porto Alegre (RS), às 19h.
Programação
Abertura cultural: Música da cultura pampiana
Palavra dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa
- Pecuarista Familiar (Fernando Pires Moraes Aristimunho)
- Representante Indígena Kaingang (Dorvalino Refej Cardoso)
- Representante Indígena Guarani
Mito e Diversidade
- Prof. Dr. Roberto Verdum (Geociências, UFRGS)
Realização e moderação
- MoGDeMA – Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente
Apoio
- InGá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
- Rede Campos Sulinos
- AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
- NEJ-RS – Núcleo de EcoJornalistas – EcoAgência de Notícias
- FLD – Fundação Luterana de Diaconia
- Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa
- PIA – Pastoral Indigenista Anglicana
- CIMI sul – Conselho Indigenista Missionário
- ACESSO – Cidadania e Direitos Humanos
- GVC – Grupo Viveiros Comunitários – Biociências/ UFRGS
- APEDeMA-RS – Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul