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Nota de tristeza, solidariedade e despedida pela morte de Marcondes Nambla

Nota de tristeza, solidariedade e despedida pela morte de Marcondes Nambla
3 de janeiro de 2018 zweiarts

A FLD se une em solidariedade à família de Marcondes Nambla, professor e jovem guerreiro do povo Laklãnõ/Xokleng, à comunidade Laklãnõ/Xokleng e a todas as pessoas e organizações que sofrem pela sua morte. A FLD repudia o ódio, o preconceito e a criminalização dos povos indígenas.

Marcondes foi assassinado brutalmente no dia 1 de janeiro de 2018, na praia da Penha, em Santa Catarina. Era professor formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Em nota do COMIN (Conselho de Missão entre Povos Indígenas) e do Centro Interdisciplinar de Antropologia e História – CIAH – UNILA, divulgada hoje, ele é lembrado como grande lutador pelo seu povo (leia a nota na íntegra no final)..

“Marcondes lutava utilizando palavras, sorrisos, descontração, conhecimento e música. Lutava para fortalecer a cultura do seu povo e para levar conhecimento aos não indígenas também. Ele sabia que a falta de conhecimento e a falta de uma convivência saudável entre os diferentes geram preconceito e violência.

Que injustiça ele partir logo dessa forma. Ele foi um grande parceiro de trabalho e amigo junto com o COMIN e com a UNILA na luta pela garantia de direitos dos povos indígenas. Todos sentiremos muito a sua falta. Fica o exemplo de vida que foi. Fica como semente que vai produzir muitos frutos para continuarmos lutando.

Nós seguimos na luta para que a justiça prevaleça.”

Leia a nota na íntegra

Nota de tristeza, solidariedade e despedida

COMIN e Centro Interdisciplinar de Antropologia e História – CIAH – UNILA

Hoje (03/01) foi um dia triste para o povo Laklãnõ/Xokleng. Foi necessário se despedir do jovem guerreiro Marcondes Namblá, de 38 anos de idade. Infinitos adjetivos foram ditos para descrevê-lo e homenageá-lo uma última vez. Um pai, um filho e um irmão exemplar, um grande amigo, um dedicado professor, uma liderança preocupada com o bem do seu povo, cantor e compositor, sempre solidário, alegre, sorridente, inteligente, responsável, trabalhador.

Marcondes era formado na Licenciatura Intercultural Indígena pela UFSC e professor na Escola Indígena de Educação Básica Laklãnõ, em José Boiteux (SC), durante o ano letivo, onde era contratado temporariamente. Havia acabado de ser aprovado no Concurso Público para se efetivar como professor pelo Estado de Santa Catarina. Ele foi trabalhar nas férias escolares na praia de Penha, junto com outras pessoas da Terra Indígena Laklãnõ, pois nas férias, professores não concursados não recebem salário. Esta é a situação da maioria dos professores indígenas.

Na praia, durante a festa de Ano Novo, ele saiu para caminhar sozinho e não voltou mais. Foi encontrado desacordado, na Rua Eugênio Krause, em Penha, pelas 5h30min da manhã, do dia 01. Foi levado ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde ficou internado na UTI, até não resistir aos ferimentos e falecer no final do dia 02.

Marcondes foi assassinado a golpes de madeira por um homem ainda não identificado. Câmeras de segurança registraram a violência.

Este não é o primeiro caso de violência contra pessoas indígenas no litoral de Santa Catarina. No ano passado o bebê Vitor Kaingang foi degolado, enquanto estava no colo de sua mãe, na rodoviária de Imbituba.

Por que há tanto preconceito, tanto ódio contra os povos indígenas no Brasil? Não é fácil e não é justo, há mais de 500 anos, sentir-se excluído, violentado e assassinado na própria terra. A vida dos povos indígenas é uma constante luta para ter reconhecimento, respeito, lugar para morar, para viver do seu modo, para viver em paz.

O Marcondes foi um grande lutador pelo seu povo. Lutava utilizando palavras, sorrisos, descontração, conhecimento e música. Lutava para fortalecer a cultura do seu povo e para levar conhecimento aos não indígenas também. Ele sabia que a falta de conhecimento e a falta de uma convivência saudável entre os diferentes geram preconceito e violência. Que injustiça ele partir logo dessa forma. Ele foi um grande parceiro de trabalho e amigo junto com o COMIN e com a UNILA na luta pela garantia de direitos dos povos indígenas. Todos sentiremos muito a sua falta. Fica o exemplo de vida que foi. Fica como semente que vai produzir muitos frutos para continuarmos lutando.

Marcondes participou do Seminário de 35 anos do COMIN, realizado em outubro de 2017, que refletia justamente sobre o tema “Interculturalidade: Tecendo caminhos de justiça através de (con)vivências entre povos indígenas e não indígenas.” A morte do Marcondes só confirma o quanto é necessário tecermos mais caminhos de justiça.

O COMIN e o Centro Interdisciplinar de Antropologia e História – CIAH – UNILA deixam registrado aqui o agradecimento pela caminhada conjunta e o nosso pesar aos amigos e familiares enlutados.

Nós seguimos na luta para que a justiça prevaleça.

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