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Receptividade e interesse marcam grupos de mulheres

Receptividade e interesse marcam grupos de mulheres
23 de dezembro de 2015 zweiarts

“Aprendi um monte de coisas novas, que temos direitos que estavam ocultos e não sabíamos. A gente nem sabia que existiam tantos direitos”. O depoimento é da catadora Viviane Braun, da Cooperativa de Catadores de Gravataí (Cootracar), na cidade de Gravataí (RS), integrante de um dos grupos de mulheres que participam do projeto Mulher Catadora é Mulher que Luta.

O projeto é executado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e financiado pela União Europeia (UE). A iniciativa vai envolver diretamente 24 associações e cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis no Rio Grande do Sul, especialmente na formação e informação sobre o acesso a políticas públicas e gestão solidária, a partir do enfoque da justiça de gênero. Outros 31 empreendimentos serão atendidos com ações pontuais.

Os grupos de mulheres foram pensados no projeto como espaços de aprendizagem, de relatos, de conversa e troca de ideias. Até o momento, aconteceram 14 encontros, em quatro municípios: três em Uruguaiana, com o grupo de mulheres da Associação de Catadoras e Catadores Amigos da Natureza (Aclan); três em Porto Alegre, com o grupo de mulheres da Associação Rubem Berta; quatro, em Gravataí, na Cooperativa de Catadores de Gravataí (Cootracar); e quatro, em Rio Pardo, na Cooperativa de Catadoras e de Catadores de Rio Pardo (Coocamarp).

No total, 71 mulheres participaram mensalmente nos encontros, realizados nas cooperativas, Os temas da pauta incluíram: a apresentação do projeto e da União Europeia, entidade financiadora; conceito de gênero e relações de gênero; discussão sobre o cotidiano das mulheres, educação e reprodução e relação entre trabalho e justiça de gênero. As informações são trabalhadas por meio de atividades em grupo, de discussão e troca de ideias.

“Ainda que algumas permaneçam tímidas, as mulheres têm sido extremamente receptivas e participativas”, avaliou a assessora de projetos da FLD, Graciela Cornaglia.

O interesse de Conceição Nunes, catadora na Cootracar, emociona especialmente: ela, que não sabe ler e não sabe escrever, faz questão de assinar a lista de presença – alguém escreve seu nome e Conceição copia. Em uma das suas falas, disse: “gosto do grupo de mulheres porque aprendemos muito, muito. Agora também estou assinando a presença. Me sinto à vontade e espero os dias da reunião”.

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