Gilmar da Silva, 47 anos (na foto, ao lado de Maria Tugira Cardoso), é casado com Ivanir dos Santos, tem dois filhos, e atua na área de coleta de materiais recicláveis há 15 anos. Antes disso, viajou pelo Brasil, trabalhando em carpintaria, borracharia, entre outras atividades. Vinculado à Cooperativa de Trabalhadores Carroceiros e Catadores de Materiais Recicláveis, Industrialização e Comercialização (Cootracar), em Gravataí (RS), ocupa ali a posição de coordenador geral.
Para Gilmar, trabalhar com materiais recicláveis é uma opção. “É mais do que cumprir tarefas, é assumir responsabilidade com outras pessoas.” Outra questão que diferencia a profissão de outras é o envolvimento com a preservação do meio ambiente. “Além de sustentar a família, passamos por um aprendizado e nos envolvemos com a militância em favor da ecologia”, afirma.
A solidariedade é algo que faz parte do dia a dia dos empreendimentos. Atualmente, um grupo da Cootracar está trabalhando com cooperadas e cooperados da Cooperativa Popular de Reciclagem de Sapucaia do Sul (Cooprevive), parceira na Rede Solidária, repassando a experiência de gestão. A formação fortalece a Cooprevive, contratada pela prefeitura de Sapucaia para realizar a Coleta Seletiva Solidária no município.
Mais um ponto destacado é a possibilidade de participar em espaços políticos e de formação, coisa que outros empregos dificilmente oferecem. “Envolver-se com políticas públicas, entender o que é cidadania, é uma grande realização”.
Como coordenador geral da Cootracar, também está envolvido na implantação da unidade de beneficiamento de plástico, localizada ao lado da cooperativa. A operação vai beneficiar plásticos polietileno (PE) e polipropileno (PP), agregando valor e permitindo a venda direta do material para as indústrias. Os recursos para a implantação da central vêm do projeto Catadoras e Catadores em Rede, executado pela FLD, em parceria com o MNCR e com patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental.