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Novas possibilidades

Novas possibilidades
1 de dezembro de 2020 fld

O projeto Rede CAPA de Agroecologia – desenvolvido no âmbito do Programa Ecoforte, apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Banco do Brasil (FBB) e realizado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) junto aos cinco núcleos do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) – permite que produção seja ampliada e vá além da segurança alimentar

“As ações do projeto, como a entrega de kits de panificados, vem para atender uma demanda de comunidades e famílias, para melhorar as suas condições de trabalho, ampliar a produção e viabilizar a comercialização dos produtos, tornando-se uma nova fonte de renda”. É assim que Zamir Cardoso, da equipe técnica do CAPA Pelotas, resume as entregas dos kits de panificados, do Projeto Rede CAPA de Agroecologia: Semeando o Bem Viver.

Os equipamentos (amassadeiras, cilindros, mesas de inox e fornos a gás) buscam ampliar a capacidade produtiva das famílias e dos grupos organizados, pensando nas boas práticas de fabricação, na legalização dos empreendimentos e ainda no aumento da produção, gerando renda e incrementando as feiras da região. 

Especialmente para a Comunidade Kilombola Monjolo, localizada em São Lourenço do Sul (RS) – uma das beneficiadas com os equipamentos-, o kit de panificados veio em um excelente momento. A produção irá permitir que as famílias ofereçam panificados na feira, que deve começar nos primeiros meses de 2021 e que será a primeira realizada exclusivamente por kilombolas na região. 

“O kit de panificados veio em boa hora, pois além de permitir que a gente produza panificados para nós mesmos, agora vamos conseguir produzir pães e bolachas em maiores quantidades e levar para a feira que teremos no ano que vem, sem perder as características dos produtos que a comunidade já produz, mantendo a questão tradicional”, explica Solange Marilene Prestes, presidente da Associação Kilombola do Monjolo.

Já no município de Turuçu, também no sul do Estado do RS, o projeto aportou equipamentos para a realização de uma feira ecológica. Foram entregues uma tenda, um freezer, uma balança e trinta caixas plásticas, com previsão de começo da feira nas próximas semanas.

O grupo conta com 10 famílias e está diversificando a sua produção – essencialmente de tabaco – com o cultivo de foliáceas, morangos, tubérculos e alguns produtos agroindustrializados. Também já possuem produção para comercializar e assim ter mais uma fonte de renda. 

De acordo com Fábio Mayer, técnico do CAPA Pelotas que acompanha a produção destas famílias, a feira será muito importante para abrir mais um mercado consumidor, gerar renda e permitir que as famílias possam manter as suas atividades. “Temos nesse grupo algumas famílias de jovens, que além de produzir precisam também de mercado consumidor para os seus produtos, para que assim consigam permanecer na atividade agrícola, e a feira é uma grande oportunidade”, completa.

Na região de atuação do CAPA Pelotas, serão implantadas 18 Unidades de Referência, sendo 5 voltadas para o processamento de grãos e produtos da sociobiodiversidade e duas unidades de referência em feiras agroecológicas. As demais são voltadas para a instalação de Sistemas Agroflorestais e Quintais Agroecológicos; Conservação, recuperação e reprodução de sementes crioulas e varietais; e processamento de hortaliças e frutas. Até o momento já foram implantadas 13 unidades de referência na região e as outras serão instaladas no primeiro semestre de 2021.

O projeto Rede CAPA busca responder ao desafio da ampliação da produção e comercialização de alimentos agroecológicos, a partir da implantação de unidades de referência, do acompanhamento à famílias em transição agroecológica, da gestão do conhecimento e planejamento participativo, da incidência pública, com ampliação da participação coordenada em espaços de controle social e com uma maior divulgação da Rede em âmbito regional e nacional.