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Nildete: minhas lutas são as mesmas das outras catadoras

Nildete: minhas lutas são as mesmas das outras catadoras
14 de outubro de 2016 zweiarts

“Eu morava perto de um lixão, em Rio Pardo (RS), ao lado do Rio Jacuí, onde trabalhavam várias pessoas que buscavam a sua sobrevivência”, contou Nildete da Silva Pereira dos Santos, de 48 anos, que participa do Grupo de Mulheres da Cooperativa de Catadoras e Catadores de Rio Pardo (Coocamarp), por meio do projeto Mulher Catadora é Mulher que Luta. “Quando chovia muito, o local ficava alagado e o material era totalmente perdido, pois acabava no rio. Eu achava tudo muito ruim, pois as pessoas perdiam tudo e o rio, se contaminando”.

Nildete começou a trabalhar como catadora em 2000. “As dificuldades foram muitas, especialmente o preconceito. Minha maior superação foi ter vencido o medo e a vergonha. Sou catadora e me orgulho disso”.

Ela conta que as lutas da sua vida aconteceram juntamente com as mulheres que trabalham na cooperativa. “Lutamos pelo reconhecimento das catadoras e dos catadores, pelo fechamento do lixão na cidade – o que aconteceu em 2004 –, lutamos pelo respeito que merecemos e pelo pagamento justo pelo nosso trabalho”, disse.

“Hoje, nossa maior luta é contra qualquer tipo de violência contra as mulheres”.