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Cooperativismo e agroecologia: a vida agradece

Cooperativismo e agroecologia: a vida agradece
2 de agosto de 2012 zweiarts

A Rio+20 teve como tema a sustentabilidade, 2012 é o ano do cooperativismo, o tema da 28ª edição da Oktoberfest em Santa Cruz do Sul (RS), de 10 e 21 de outubro, é Trabalho, Cooperação é Fé e os imigrantes alemães quando aqui chegaram deram uma lição de cooperação uns com os outros. Com tanta inspiração, nada melhor que focar no cooperativismo que faz acontecer, que trabalha e produz. E produz saudável.

Para falar sobre cooperativismo, agroecologia e os riscos dos agrotóxicos na alimentação humana e no meio ambiente, procuramos a maior referência no município, o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), onde funciona a Cooperativa Regional de Agricultores Familiares Ecologistas Ltda (Ecovale).

A loja funciona de segunda a sexta em horário comercial na Rua Thomas Flores, 805, no centro de Santa Cruz do Sul. Vende, direto ao consumidor, arroz, diversos tipos de feijão, açúcar mascavo, mel, erva-mate, gergelim, bolachas, hortifrutigranjeiros, entre outros – tudo cultivado naturalmente. Também fornece merenda escolar, participa de feiras, cooperativas, organizações da Rede Ecovida e abastece outras lojas de produtos ecológicos e naturais.

O coordenador do CAPA/Núcleo Santa Cruz é o engenheiro agrônomo Sighard Hermany, que assessora de perto a Ecovale. “Acreditamos muito na agroecologia ou agricultura orgânica como também é chamada, como alternativa para a agricultura familiar”, sintetiza Sighard. A cooperativa foi fundada no ano 2000 por um grupo de 20 agricultores que já praticavam a agroecologia. Hoje o grupo cresceu – são 53 – e seus produtos ganharam novos territórios: Vale do Sol, Venâncio Aires, Candelária e Santa Cruz do Sul.

A Ecovale oferece abrigo jurídico ao cooperativado, participação democrática deste e condição diferenciada perante o INSS. As feiras acontecem anexo à loja do CAPA, terças e sextas-feiras, das 14h às 18h30. A pouca divulgação e conscientização da comunidade pelos efeitos da agroecologia na mesa tornam baixa a procura pelos produtos. Mas o caminho já foi aberto e aos poucos, alarga-se.

Reconhecimento 

A Assembleia Legislativa homenageou os pioneiros na construção da agroecologia no Rio Grande do Sul, no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho último, em Porto Alegre (RS). O deputado Altemir Tortelli (PT) abordou o tema com foco na sustentabilidade ambiental, agricultura familiar e produção de alimentos. Para ele, o desafio é alimentar uma população de sete bilhões de pessoas cuidando da natureza e das futuras gerações.

Você precisa saber disso 

  • Cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano. 
  • O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. 
  • Frutas, legumes e verduras livres de agrotóxicos têm maior potencial protetor contra o câncer. 
  • Cefaleia, tontura, fraqueza, náuseas, vômitos, dor abdominal, convulsões, coma, depressão, suicídio, lesão nos nervos, fígado e rins, anomalia nos fetos, potencial carcinogênico e risco de vida são males causados pelos agrotóxicos no corpo humano.

Compare os dados do Censo Agropecuário 2006 do IBGE

  • Agronegócio : 1,7 empregos por 100 hectares, 30% alimentos produzidos, 76% terras fertilizadas e 84% créditos do governo. 
  • Agricultura familiar: 15 empregos em 100 hectares, 70% alimentos produzidos, 24% terras utilizadas e 14% créditos do governo

Para entender melhor

O CAPA – parceiro estratégico da FLD – é uma organização não governamental que trabalha com assessoria técnica em agroecologia na produção de alimentos, organização e saúde comunitárias e cooperativismo. Sua proposta é pela afirmação da agricultura ecológica familiar como parte de uma estratégia de desenvolvimento sustentável. No site www.capa.org.br você tem mais informações.

Texto: Mara Pante/RioVale Jornal


Fotos: Mara Pante e Rolf Steinhaus