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No Congrenaje, a plateia sobe ao palco para mudar a fantasia e a realidade

No Congrenaje, a plateia sobe ao palco para mudar a fantasia e a realidade
27 de julho de 2012 zweiarts

“Foi uma experiência muito rica, ver os jovens do público intervindo e interagindo na peça e com os atores”, afirmou o diretor do Grupo de Teatro do Oprimido (GTO) Fazendo Arte, Wiiliam Berger, depois da apresentação no Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que aconteceu em Pelotas (RS), de 23 a 27 de julho. A vinda do grupo contou com o apoio da FLD, que também participou do Congrenaje.

A peça trouxe situações difíceis, a partir da representação de uma família e a sua interação, entre os membros e com outras pessoas. Cada situação remeteu a um tema – identificado pela plateia: consumismo, machismo, violência, racismo, entre diversos outros.

Depois de cada cena, o público era convidado a fazer intervenções e a subir no palco, para reconstruir determinada cena a partir da sua percepção de um mundo mais justo. “A proposta é que a plateia não apenas receba as informações, mas seja protagonista, de forma a construir também um protagonismo na sua vida e no mundo”, disse William. “Acho que funcionou muito bem.”

A viagem do GTO Fazendo Arte, de Vitória (ES) a Porto Alegre (RS) foi, por si só, uma aventura. “Muitos viajaram de avião pela primeira vez”, contou William, com um sorriso. “Duas das meninas gritaram para sair, na hora da decolagem em Vitória, e um dos meninos parecia uma panela de pressão – a cabeça girava sem parar. Mas conseguimos acalmar todo mundo e em São Paulo para Porto Alegre, tudo foi melhor”.

O GTO Fazendo Arte foi criado em 2011, na Associação Diacônica Luterana (ADL) – localizada em Afonso Cláudio (ES) – e integra alunos e alunas que vem de todo o Brasil. O grupo já atuava na região, e a opção pelo Teatro do Oprimido fortaleceu-se a partir de duas oficinas realizadas em 2009 e 2011, junto com o multiplicador e professor da ADL, Alex Reblim.

O Teatro do Oprimido é um método teatral e modelo de prática cênico-pedagógica sistematizados e desenvolvidos pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal nos anos 1970. Possui características de militância e destina-se à mobilização do público, vinculando-se ao teatro de resistência. O termo é citado textualmente pela primeira vez na obra Teatro do oprimido e outras poéticas políticas, que reúne uma série de artigos publicados por Boal entre 1962 e 1973.

Componentes do Fazendo Arte que estiveram em Pelotas

Isabela Jostrow, Devair Grunewaldt Reinke, Machiel Kuhn Pothin, Nicole Grabach Rotunde, Ana Paula Brandt Gonçalves, Isabela Abel Gumz, Willa Biecler, Weidny Pierre Barros Barbosa, Emili Maria Fristschi Botini, Hilton Ferreira de Oliveira, Kélli Feltz Pagung, Isabela Abel Gumz, Luis Guilherme Manhani. Diretor: William Berger.