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Projeto divulga pimenta tradicional das mulheres do Povo Kisedje

Projeto divulga pimenta tradicional das mulheres do Povo Kisedje
20 de maio de 2013 zweiarts

O projeto desenvolvido pelas mulheres Kisedje, no Mato Grosso, apoiado pela FLD, já apresenta os primeiros resultados. Elas coletam variedades de pimenta e agora estão produzindo, processando e buscando comercializar tanto com a população local quanto com a dos grandes centros. A atividade consiste em um resgate, registro e garantia da transmissão do conhecimento cultural e tradicional e na geração de renda de forma sustentável.

As mulheres estão organizadas através da Associação Indígena Kisedje (AIK) que é parceira do Instituto Socioambiental (ISA), em Canarana, Mato Grosso. Elas relatam que toda a comunidade acabou se envolvendo, como as crianças que criaram o desenho para o rótulo, e os homens que estão contribuindo para a criação da embalagem. Indiretamente, 440 pessoas estão sendo beneficiadas pela iniciativa – a população moradora nas quatro aldeias envolvidas no projeto.

Um vídeo está sendo realizado com registros de todas as etapas de execução do projeto Mendije Nho Wájsy.

Moitaré e os xinguanos

As aldeias localizam-se na terra TI Wawi, contínua ao leste do Parque Indígena do Xingu (PIX), Mato Grosso, na bacia hidrográfica do Rio Xingu, a região de transição entre o Bioma Cerrado e a Floresta Amazônica.  O povo Kisêdjê se organiza politicamente por meio de conversas coletivas, cada pessoa cumpre um papel específico e a orientação e a tomada de decisão final é feita pelo cacique.

Dentre as atividades econômicas tradicionais realizadas para a própria subsistência – as quais encontram-se dificultadas em decorrência da diminuição do território -, está a produção e o comércio do mel, do artesanato, das sementes, dos óleos e da pimenta moída, foco do projeto apoiado pela FLD.

A pimenta é tida como um insumo de trocas praticadas tradicionalmente pelos Xinguanos (povos que vivem no Parque do Xingu), a moitará. Um legítimo exemplo de economia solidária e comércio justo, onde a moeda é a necessidade do bem em troca e o produto tem o seu devido valor. O projeto da pimenta possibilita a garantia de um complemento na renda familiar e comunitária para acessar produtos manufaturados que hoje necessitam, provenientes do mundo do não índio.

Fotos: Divulgação