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Projetos apoiados pela FLD participam de pesquisa de Pão para o Mundo

Projetos apoiados pela FLD participam de pesquisa de Pão para o Mundo
25 de fevereiro de 2013 zweiarts

Nesta semana, a Fundação Luterana de Diaconia recebe o consultor para a América Latina e Caribe, Henning Reetz, integrante de Pão para o Mundo, PPM, (Brotfür die Welt), um dos parceiros da cooperação internacional que apoiam a FLD, seu Fundo de Projetos e projetos nos quais é protagonista, como a Nem tão Doce Lar (mostra interativa pela superação da violência doméstica). 

Reetz vai concluir a última etapa de uma investigação iniciada em 2012 com o objetivo principal de identificar as mudanças em nível dos protagonistas dos pequenos projetos a partir do apoio financeiro que tenham recebido dos Fundos de Projetos apoiados por Pão para o Mundo. “Há 30 anos PPM apoia fundos de pequenos projetos e nunca foi feito um documento programático, o qual reunisse elementos demonstrativos sobre o porquê os projetos deram certo, sabemos que apenas o financiamento não é a resposta,” disse. Por isso, está conhecendo os grupos em suas comunidades, as dinâmicas de trabalho e de relações e as mudanças em suas vidas desde o recebimento do incentivo financeiro. 

O pesquisador já conheceu os participantes dos fundos de pequenos projetos no Peru, na Argentina e, na Bahia, Brasil. Através da FLD, vai conhecer também no Brasil os projetos: Cooperativa Central Justa Trama em Porto Alegre, Cooperativa de Trabalhadores, Carroceiros e Catadores de Materiais Recicláveis e Industrialização e Comercialização de Materiais Reciclados LTDA (COOTRACAR) em Gravataí, e Cooperativa Mista de Trabalho e Produção Bom Samaritano Ltda (COOPERBOM) em Viamão. Em comum, todos os grupos visitados possuem projetos na área de geração de renda e de economia solidária.

O resultado do trabalho será uma análise das entrevistas realizadas com os membros dos grupos e a elaboração de propostas para os programas de fundos de pequenos projetos. Conforme relatou, Reetz já possui algumas hipóteses. “Pessoas em condições de pobreza têm experiência e conhecimento e o recurso financeiro acaba sendo só mais um incentivo, são pessoas muito criativas, que conhecem bem as pessoas e ambientes onde vendem os seus produtos. Outra, é que a criação de confiança, o empoderamento passa pelo grupo, pela convivência em comunidade, o grupo é um alicerce para a superação de diversas dificuldades, há coisas que o recurso financeiro não cobre. Outra hipótese, é que a motivação de seguir adiante no empreendimento independe da renda ou do crescimento desta. Pode até haver fracasso e claro que há a expectativa de que o empreendimento seja rentável, mas veem significado no pouco que ganham e nas relações construídas nos grupos, pois valorizam cada etapa do processo de desenvolvimento,” adiantou.  

O documento programático é um trabalho interno de PPM, mas Reetz garante que os fundos de pequenos projetos terão acesso às conclusões. Para o Secretário-Executivo da FLD, Carlos Gilberto Bock, trata-se de uma investigação cuja relevância vai trazer subsídios para as discussões que já ocorrem em torno das metodologias, dos critérios, dos procedimentos, das possibilidades em geral dos projetos apoiados pelos fundos. Discussões estas que reúnem, anualmente, os integrantes dos fundos apoiados por PPM. Em 2012, o encontro ocorreu em Buenos Aires, Argentina e, neste ano, deve ser divulgado o país em breve. 

Segundo Bock, uma demanda da sociedade brasileira é compreender quais as necessidades para que os fundos de pequenos projetos se tornem políticas públicas. “Além dos apoios diretos através dos programas de erradicação da pobreza, a ideia é que os governos passem a investir também nos fundos,” disse, ao que Reetz concordou. “É preciso que os governos entendam a dinâmica dos grupos, porque a lógica formal do governo não compreende os prazos, as possíveis mudanças, mas os fundos de pequenos projetos possuem um conhecimento adquirido no acompanhamento dos trabalhos e podem contribuir para que os fundos se transformem em políticas públicas,” destacou. 

FONTE: Fundação Luterana de Diaconia 

FOTO: Henning Reetz iniciou a jornada de entrevistas com os grupos apoiados pela FLD com a representante da Justa Trama, Nelsa Nespolo