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Campanha FLD – Natal com Direitos: Trabalho escravo ou comércio justo?

Campanha FLD – Natal com Direitos: Trabalho escravo ou comércio justo?
5 de dezembro de 2014 zweiarts

Entre 1995 e 2013, mais de 47 mil trabalhadoras e trabalhadores foram resgatadas e resgatados do trabalho escravo, em todos os estados brasileiros. O crime está presente em atividades como a construção civil, indústria têxtil, produção do carvão, cultivos agrícolas da cana-de-açúcar e soja, além de outros segmentos econômicos.

Muita gente pensa que esse tipo de exploração ainda força pessoas a trabalharem presas a correntes. Não se trata disso. Contudo, a escravidão contemporânea não é menos grave do que aquela do passado, pois a liberdade e a dignidade de mulheres e de homens continuam sendo sistematicamente violadas – devido às condições desumanas a que são submetidas e submetidos, como jornadas exaustivas, condições degradantes de trabalho e de vida, servidão por dívida, retenção de documentos ou vigilância ostensiva -.

Trabalho escravo está muito mais perto de nós do que imaginamos. Dois casos recentes, divulgados no site Repórter Brasil, que está à frente da Campanha Escravo nem Pensar (ENP!), vinculam a Renner, rede varejista de roupas, e a M5, empresa do estilista Carlos Miele detentora da marca M. Officer, à exploração de pessoas, mas a lista é maior e as condições das trabalhadoras e trabalhadores, revoltante.

http://reporterbrasil.org.br/

http://reporterbrasil.org.br/

Produção solidária e sustentável

O Comércio Justo e Solidário faz um contraponto ao modo de produzir e de vender da economia “tradicional”. Com base nos princípios da Economia Solidária, considera relações comerciais mais justas, solidárias, duradouras e transparentes; valorização da diversidade étnica e cultural do conhecimento das comunidades tradicionais; co-responsabilidade nas relações das pessoas que participam da produção, da comercialização e do consumo.

“Surgimos em maio de 1996, depois que um grande número de fábricas de confecção faliu. Não havia trabalho para mulheres da nossa idade. Decidimos então formar um grupo e trabalharmos juntas. Criaríamos uma nova relação de trabalho, sem patrão, nós mesmas seríamos administradoras e costureiras. Criamos a cooperativa, sofremos com a burocracia, com o desconhecimento na área de gestão, mas aprendemos e sobrevivemos”. Depoimento de mulheres vinculadas à Cooperativa unidas Venceremos (Univens), de Porto Alegre (RS).

A relação da FLD com o tema vem desde a sua fundação, em 2000, por meio do apoio a grupos de geração de trabalho e renda, entre os quais a Univens. Recentemente, a FLD desenvolveu a Rede de Comércio Justo e Solidário, que prevê, de um lado, o fortalecimento da comercialização e, ao mesmo tempo, a sensibilização para o consumo e adoção de hábitos sustentáveis.

No site www.comerciojustofld.com.br, cerca de 30 grupos, dos segmentos do artesanato, confecção, reciclagem, alimentação e serviços, contam sua história e apresentam seus produtos para venda.

Veja alguns dos produtos que você encontra na rede:

Artesanato Quilombola – Produtos feitos com palha de milho, cipó, madeira e retalhos de tecido

Justa Trama – Vestuário, bichinhos e brinquedos confeccionados com algodão ecológico

Ecopapel – Blocos, marcadores de páginas, canetas e outros itens produzidos com papel reciclado

Encontro de Sabores – Polpas de frutas nativas e doces e salgados preparados com frutas nativas

Outros grupos parceiros da FLD também oferecem produtos diferenciados, como a Articulação Pacari, que trabalha com populações tradicionais do bioma Cerrado. A marca Pacari Cerrado Eco-produtivo, reúne fitocosméticos resultantes do desenvolvimento das cadeias produtivas dos óleos de macaúba, pequi e gueroba. Sua produção e comercialização garantem a geração de trabalho e renda das comunidades locais, com o uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado.

Mais informações sobre Economia Solidária: http://portal.mte.gov.br/

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