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Chuvas: diaconia transformadora deve ser o enfoque do trabalho de apoio na reconstrução

Chuvas: diaconia transformadora deve ser o enfoque do trabalho de apoio na reconstrução
4 de julho de 2014 zweiarts

As notícias sobre os impactos das inundações no interior do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, que mobilizam trabalho e preocupação, continuam chegando. No RS, o Governo do Estado definiu uma série de medidas em favor das pessoas e municípios que estão sofrendo com as fortes chuvas; entre elas a antecipação do pagamento do bolsa família e do benefício de prestação continuada, redução da tarifa de água em 65%, recuperação de poços e microcrédito para micros e pequenos empreendimentos, além do investimento na recuperação das estruturas rodoviárias.

“A situação é dramática. A nossa cidade (Erval Seco/RS) não sofreu muito, mas Irai, que fica perto, foi quase destruída”, disse a representante do Sínodo Uruguai (da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) no Conselho da FLD, Cleci Terezinha Koch, que coordena o trabalho sinodal de Formação e Diaconia. “Estamos nos mobilizando para atender as pessoas afetadas, tentando trabalhar com entidades como a Defesa Civil local”, disse.

Para Cleci, a ajuda material é importante. “Mas sabemos que isso não é tudo. As pessoas precisam se fortalecer novamente, retomar a esperança, frente a uma tragédia dessa”, afirmou, lembrando que muitas famílias perderam absolutamente tudo e, junto com o sofrimento, têm que pensar no futuro. “O enfoque da ajuda deve ser Diaconia e o apoio ao emocional das pessoas.”

Do ponto de vista do Apoio Psicossocial de Base Comunitária em Emergências, abordagem que a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) utiliza para sua atuação, podem ser organizados grupos para conversação, criados comitês locais para organizar a ajuda, organizar mutirões de limpeza, visitar pessoas em abrigos, entre outros.

O fundamento de todo o trabalho de Apoio Psicossocial de Base Comunitária é o reconhecimento da capacidade de recuperação, resiliência e reconstrução da comunidade afetada. Nessa perspectiva, se promove a Diaconia Transformadora.

Algumas orientações importantes para quem vai estar atuando diretamente com pessoas afetadas:

  • Prepare-se: informe-se sobre o que aconteceu, sobre os serviços e apoios disponíveis no contexto e sobre os riscos em termos de mobilidade e segurança.
  • Encontre um lugar tranquilo para conversar com as pessoas, para assim diminuir as distrações externas.
  • Respeite a privacidade e mantenha a confidencialidade, salvo razões de força maior. Estas podem incluir violência ou assédio sexual, desvio de recursos, entre outras.
  • Mantenha-se calma/o.
  • Compartilhe informações de forma simples.
  • Demonstre que você compreende como a pessoa se sente e que lamentas suas perdas e o que aconteceu.
  • Reconheça as fortalezas da pessoa e da comunidade e a forma como estão dando conta da situação.
  • Deixe espaço também para o silêncio.
  • Não pressione para a pessoa contar sua história.
  • Não toque a pessoa, a menos que tenha certeza de que é apropriado.
  • Não minimize o sentimento das pessoas. Não diga coisas como: não você não deveria sentir assim; deveria ser grata por teres sobrevivido.
  • Não conte a história de outra pessoa nem fale de outras pessoas em termos negativos.
  • Não fale de seus próprios problemas.
  • Não faça falsas promessas nem dê falsos argumentos tranquilizadores.
  • Não pense nem atue como se tivesse que resolver todos os problemas da pessoa em seu lugar.
  • Procure observar a situação, escutar as pessoas e estabelecer conexões.

Em termos materiais, há necessidade de colchões, roupas de cama, calçados, roupas de inverno, móveis e utensílios domésticos – as doações devem ser entregues nos postos da Defesa Civil e da Campanha do Agasalho em todo o estado. As pessoas interessadas em contribuir financeiramente, podem depositar sua oferta na conta Fundo de Emergências da FLD:

Fundação Luterana de Diaconia


Banco do Brasil

Conta corrente – 14115-1

Agência 0010-8

CNPJ – 04358174/0001-81

Legenda: Em Iraí (RS), assim como em muitas outras cidades – também no estado vizinho de Santa Catarina, rios atingem níveis históricos.

Foto: Fernando Sucolotti /Prefeitura Municipal de Iraí