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Oficina resgata arte tradicional de confecção de arco e flecha junto a meninos Arara

Oficina resgata arte tradicional de confecção de arco e flecha junto a meninos Arara
30 de setembro de 2014 zweiarts

Cerca de 40 meninos do povo indígena Arara participaram de uma Oficina de Arco e Flecha, realizada na aldeia Iterap, em Ji-Paraná, Rondônia, de 23 a 27 de setembro de 2014, com o acompanhamento de oito professores, a maioria deles, pajés.

A iniciativa faz parte do programa Cultura, gestão e gênero: mulheres Arara buscando qualidade de vida, promovido pelo Projeto de Assessoria a Povos Indígenas de Rondônia/Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Papiron/COMIN) com apoio da Pão para o Mundo/Áustria. O COMIN é um dos parceiros estratégicos da FLD.

O programa, inicialmente destinado a mulheres Arara, busca a manutenção e resgate da tecelagem, confecção de objetos para embelezar o corpo –  como anéis, pulseiras e colares feitos com coquinhos da Amazônia -, cestarias e panelas de barro. O objetivo é valorizar a confecção destas artes, com aperfeiçoamento da sua qualidade, além da melhoria na divulgação e comercialização.

Por insistência dos homens, o programa incluiu algumas oficinas para os meninos Arara. Fazer arco e flecha é uma atividade antiga dos homens. Entretanto, com a possibilidade de caçar e pescar com armas mais modernas, os mais novos foram deixando de produzir suas armas tradicionais.

Produzir arco e flecha não é uma atividade fácil. Exige técnicas milenares desde o corte da taboca, para a flecha, e do tucumã, para o arco, até o seu acabamento final. Machado, facão, faca, lixa, fogo, gogo (larva do coco babaçu) e muita habilidade são essenciais para a confecção de uma boa flecha e de um bom arco. O outro desafio é saber flechar, ser certeiro para atingir uma caça ou um peixe.

No final da oficina, foi feito um campeonato de arco e flecha. Todos tiveram que flechar, mesmo aqueles meninos menores, com pouca experiência e muito nervosismo. Mas o povo Arara é paciente no ensinar, ninguém fica de fora. E a torcida para acertar o alvo era grande.

Texto e fotos: Jandira Keppi/COMIN