A 21ª Conferência do Clima (COP 21), que segue até o dia 11 de dezembro, em Paris, na França, tem como principal objetivo costurar um novo acordo entre os países para controlar a emissão de gases de efeito estufa e diminuir o aquecimento global, limitando o aumento da temperatura global até, no máximo, 2ºC até 2100.
Conferências do Clima das Nações Unidas ocorrem todos os anos desde 1995. Mas, pela primeira vez, cerca de 150 governantes reuniram-se fora da sede da ONU, localizada em Nova Iorque, EUA, para discutir os termos do acordo.
No dia 2 de dezembro, lideranças religiosas e representantes de organizações da sociedade civil participaram de um almoço diferente: segurando garfos e facas, sentaram-se à frente de pratos vazios, em uma demonstração pública da fome de justiça climática.
Na mesa, estavam o secretário geral da Aliança ACT, Dr John Nduna, da qual a FLD é membro, o secretário geral da FLM, reverendo Martin Junge, organização parceira da FLD, o ex negociador-chefe da delegação das Filipinas, Yeb Sano, o arcebispo anglicano da cidade do Cabo, reverendo Dr. Thabo Makgoba, o arcebispo da Igreja da Suécia, Antje Jackelén, o bispo de Salisbury, reverendo Nick Holtam, e o Imã norueguês, Ibrahim Saidy.
Junto com dezenas de representantes de várias religiões e de organizações ecologistas, em paralelo outras 10 mil pessoas, o grupo integrou a iniciativa faz parte do movimento “Fast for the Climate”, iniciado nas Filipinas após a passagem do tufão Iolanda, em 2013, por inspiração de Yeb Sano.
Ao falar sobre a iniciativa inter-religiosa, Junge, secretário da FLM, sublinhou o aspecto espiritual do jejum. “Desde há muito tempo as pessoas jejuam, com o objetivo de criar um momento para a renovação de corações e mentes. Assim, quando jejuo pela justiça climática, eu o faço, em primeiro lugar, para criar este momento espiritual, e daí dedicar meu pensamento às pessoas que estão vulneráveis e que mais sofrem devido às mudanças.”
O secretário geral de ACT, John Nduna, lembrou que a comunidade internacional tem a responsabilidade de chegar a um acordo para reverte o grave processo das mudanças climáticas. “Jejuo em solidariedade àquelas pessoas que não têm comida para pôr na mesa, filhas e filhas vão para cama com fome, devido às mudanças no clima.”
Carta à Presidenta
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) encaminhou uma carta à presidenta Dilma Rousseff, no dia 19 de novembro. “Ainda não é tarde demais para se tomarem medidas significativas e eficazes. Dirigimo-nos a Vossa Excelência, solicitando enfaticamente que o nosso governo faça tudo o que estiver ao seu alcance para aumentar nosso empenho no sentido de abordar a questão da mudança climática, tanto dentro de nosso país, como nas negociações atuais das Nações Unidas sobre o clima”, escreve o pastor presidente da IECLB, Nestor Friedrich, que assina o documento.
“As decisões e medidas que os participantes adotarem determinarão o clima que, no futuro, todos os povos do mundo irão experimentar. Como nação brasileira, temos a oportunidade de exercer uma liderança moral, na medida em que protegemos e oportunizamos, para o futuro, um clima que atenda as necessidades de todas as pessoas, assumindo compromissos audazes na COP21”.
A carta pode ser lida aqui, na íntegra.
Foto: LWF/Rodrick Beiler