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Mobilização em Rio Pardo garante avanços para catadoras e catadores em Rio Pardo

Mobilização em Rio Pardo garante avanços para catadoras e catadores em Rio Pardo
15 de julho de 2015 zweiarts

A manhã chuvosa da terça-feira, dia 14 de julho, possibilitou o nascer de um novo sol para toda a comunidade de Rio Pardo. A primeira capital gaúcha amanheceu com suas ruas coloridas pelas bandeiras do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis-MNCR.  Catadores de todo o estado mostraram sua solidariedade, força e poder de organização ao irem ao encontro do prefeito Fernando Schwanke questionando o silêncio da prefeitura a situação de corte do convênio de Coleta Seletiva Solidária no município. A caminhada que iniciou no trevo de acesso ao centro da cidade e contou distribuição de panfletos para a comunidade e entoação de cantos em defesa da Reciclagem Popular.

Em 2011 o município de Rio Pardo (RS) havia estabelecido um convênio de R$ 16.600,00 com a Cocamarp-Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Pardo, porém apenas R$ 6.600,00 eram repassados a cooperativa. No final de 2014 esse valor foi diminuído para R$ 3.000,00, e em junho de 2015 este valor foi cortado completamente. O objetivo da mobilização foi cobrar da prefeitura municipal uma solução para a situação encerrado com a Prefeitura.

A manifestação foi antecedida por diversas tentativas de diálogo. Entre elas, a apresentação de uma proposta de qualificação do serviço de Coleta Seletiva Solidária protocolada em janeiro deste ano, a articulação do FACS-Fórum de Ação pela CSS em Rio Pardo para discutir questões referentes à política do município no que tange a reciclagem, a realização de uma audiência pública sobre o assunto em Junho de 2015, o contato com ministério público, questionando sobre as irregularidades do município no cumprimento da PNRS, além das diversas conversas feitas pela Cocamarp com representantes do poder público ao qual não geraram nenhum encaminhamento concreto que sinalizasse a continuidade da valorização e reconhecimento do serviço prestado para o município.

“Não aceitamos esta situação injusta que estamos enfrentando, queremos trabalhar e avançar, não retroceder. A Cocamarp, mesmo sem receber desde junho não parou a Coleta Seletiva Solidária em Rio Pardo, que acontece em 7 bairros, e mesmo frente a crise e a baixa do material por conta do inverno estamos tentando manter nosso índice de reciclagem que é de quase 15 tonelada mês junto Rede CataPampa.” Comenta a catadora e Coordenadora da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Pardo-Cocamarp, referindo-se ao posicionamento da cooperativa diante as dificuldades de negociações enfrentadas desde o início deste ano. Após chegar em frente a Prefeitura, assim como a chuva, o povo não deu trégua até que a comissão de negociação fosse recebida. Na ocasião foi entregue a pauta de reivindicação exigindo a contratação da Cocamarp. Foi acordado que nova reunião ocorreria no período da tarde para que a Prefeitura apresentasse uma proposta aos catadores e catadoras ali mobilizados.

A mobilização que contou com o apoio de diversos grupos do estado, permaneceu firme, esclarecendo e pedindo apoio da população rio-pardense à luta do povo catador. Na tarde, em nova reunião de negociação, foi apresentada a proposta da Prefeitura e, após negociações, ficou definido que: a Prefeitura custeará toda a operação da Coleta Seletiva Solidária, incluindo manutenção dos equipamentos, campanha de conscientização ambiental, abastecimento dos veículos, por dois meses, até que a prefeitura se organize para firmar um novo convênio. Paralelamente foi instituído um Grupo de Trabalho para elaboração de um programa de Coleta Seletiva Solidária para ser feito através de contrato. O Prefeito se comprometeu pessoalmente em participar deste grupo.

“Conseguimos avançar mais um pouco, mas ainda seguimos firmes no nosso propósito de conquistar o reconhecimento e valorização do nosso trabalho, através de um contrato que pague todos os custos operacionais e administrativos do nosso serviço, além de ter um valor para cada catador e catadora pela sua força de trabalho empenhada nesta tarefa”, conclui a catadora Claudia Santos. Após o término das negociações, a mobilização retornou pelas ruas centrais da cidade, agradecendo o apoio da população. No mesmo local da concentração inicial ocorreu o seu encerramento, em que todos os/as presentes firmaram o compromisso de continuar a luta em defesa da Reciclagem Popular.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MNCR

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