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Justiça fiscal e proteção social: igrejas são chamadas a atuar por uma sociedade justa

Justiça fiscal e proteção social: igrejas são chamadas a atuar por uma sociedade justa
31 de maio de 2017 zweiarts

Justiça fiscal e proteção social: igrejas são chamadas a atuar por uma sociedade justa foi uma das oficinas realizadas na Omatala, espaço público da Assembleia da Federação Luterana Mundial (FLM), que aconteceu de 10 a 16 de maio, em Windhoek, capital da Namíbia.

A oficina trouxe o tema da proteção social, a partir de uma perspectiva diaconal e política, propondo que igrejas e organizações baseadas na fé trabalhem a superação das desigualdades, com foco em questões fiscais e de proteção social. O desafio é contribuir para a implementação da agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Um dos documentos que norteou a discussão foi Diaconia em tempos de desigualdade – Declaração de Sigtuna sobre teologia, questões fiscais e proteção social – disponível aqui, em inglês –. 

A declaração é resultado do encontro promovido em Sigtuna, na Suécia, de 11 a 13 de janeiro de 2017.“As igrejas e organizações baseadas na fé têm sido historicamente e continuam a estar na vanguarda das políticas sociais e de apoio às pessoas que vivem nas margens socioeconômicas”, diz o documento. “Temos um papel crítico a desempenhar no trabalho ativo em prol de sociedades justas e na garantia da proteção social para todas e todos. Afirmamos a proteção social financiada publicamente como um imperativo moral e como um direito, particularmente para aquelas e aqueles que foram tornados invisíveis pelas realidades econômicas e de desenvolvimento atuais”.

“A Declaração de Sigtuna, assim como o documento da FLM, A Igreja em espaços públicos, reafirmam a diaconia como base teológica para a participação, junto com uma diversidade de outras organizações políticas, culturais, ambientais, feministas, indigenistas, negras e religiosas”, disse a secretaria da FLD, Cibele Kuss, uma das pessoas a apresentar a oficina.

As comunidades de fé são agentes transformadoras, ainda que possam fazer parte do problema causador das desigualdades. No Brasil, o cristianismo foi agência da colonialidade, em que a fé em Cristo primeiro chegou através da violência e da destituição cultural. “Por outro lado, organizações religiosas tiveram um protagonismo importante para a abertura democrática e direitos humanos, e continuam contribuindo em processos emancipatórios a partir de atuação democrática e baseada em direitos”,afirmou Cibele. “A base teológica do documento Diaconia em tempo de desigualdades indica que todas as pessoas, toda a criação, dialogam com a perspectiva de se fazer diaconia pública a partir dos rastros de Deus, da ação amorosa, espiritual e política de Jesus”.

Junto com a pastora Cibele, participaram da oficina o bispo da Igreja Evangélica Luterana do Zimbábue, reverendo Chemis Faindi, o bispo da Igreja Evangélica Luterana da República da Namíbia, ministro Zephaniah Kameeta, e o bispo da Igreja Evangélica Luterana da Tanzânia, Fredrick Onael Shoo. A oficina foi promovida pelas organizações Pão para o Mundo, Ajuda da Igreja Norueguesa e Igreja da Suécia.

Sigtuna

A Declaração de Sigtuna é resultado do encontro promovido em janeiro de 2017, em Sigtuna, Suécia, com representações de 25 igrejas e organizações ecumênicas de 20 países, que discutiram o papel das igrejas e dos recursos da diaconia na promoção de sociedades mais justas. Do Brasil, participou o integrante da Coordenação do Programa de Gênero e Religião (PGR) da Faculdades EST, professor Dr. André Musskopf, representando o PGR. 

Junto com o documento, foi produzido um pequeno vídeo sobre o tema. Veja aqui a versão com legendas em espanhol.

Foto: Ajuda da Igreja Norueguesa