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Carta Pastoral da Presidência da IECLB denuncia discursos de ódio

Carta Pastoral da Presidência da IECLB denuncia discursos de ódio
3 de julho de 2019 zweiarts

Carta pastoral divulgada no dia 3 de julho pela Presidência da IECLB traz a reflexão sobre a importância do ouvir, do amor e da compreensão das diferenças para trilharmos caminhos de compreensão, de respeito e de solidariedade.

“Como IECLB, queremos trilhar caminhos de compreensão, de respeito, de solidariedade. Vamos ouvir mais! E quando falarmos, que seja com amor e compaixão! É isto que permite o diálogo e a união. Dificilmente teremos posicionamentos iguais sobre todas as coisas, mas podemos conviver com quem pensa diferente, a partir do compromisso do amor.” Leia na íntegra:

CARTA PASTORAL DA PRESIDÊNCIA DA IECLB
Julho – 2019

Cada pessoa esteja pronta para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva” (Tiago 1.19)

É com grande alegria que nos dirigimos a vocês. Nossos corações jubilam ao dizer que, por onde quer que andemos pela IECLB, enxergamos pessoas e Comunidades motivadas e engajadas na missão de Deus. Isso nos orgulha, incentiva e fortalece. Agradecemos a todas as pessoas que trabalham na seara do Senhor, colocando seus dons, seu tempo e seus recursos à disposição.

Mas nem tudo é harmonioso e saudável na IECLB. Também encontramos problemas e dificuldades, muitas delas geradas pela falta de diálogo e compreensão. Neste sentido, o lema bíblico de julho é muito oportuno para o assunto que vamos abordar nesta carta: a importância do ouvir. Percebemos uma dificuldade crescente de ouvir. Parece tão mais fácil falar, julgar e difamar. A intolerância e a raiva não permitem ouvir e dialogar sobre opiniões divergentes. O anonimato das redes sociais contribui para gerar um clima de desconfiança e hostilidade. É doloroso ver este movimento de ódio ganhando vulto na Igreja.

Causa preocupação o fato de que estão ocorrendo ataques difamatórios contra membros, Ministras e Ministros. Pessoas estão se sentindo coagidas e constrangidas. Isto é grave e inadequado à vivência da fé. Nada justifica que alguém seja alvo de palavras de baixo calão, de generalizações e difamações pessoais. No caso específico de Ministras e Ministros, coação e constrangimento prejudicam o exercício do Ministério, cuja função é anunciar o Evangelho de Jesus Cristo com tudo aquilo que ele implica.

Na IECLB há lugar para todas as pessoas e para diferentes formas de pensar. As pessoas têm direito de defender suas compreensões sobre a vida e o papel da Igreja, desde que alicerçadas na ética e no Evangelho de Jesus Cristo, o Senhor da Igreja. A possibilidade de compreensões diferentes não nos isenta da tarefa de discernir entre aquilo que é certo e errado, entre aquilo que é ou não conveniente. Mas, nesta busca por discernimento, precisamos reconhecer que ninguém detém a verdade absoluta, a não ser Deus. Deus é a própria verdade.

A busca por discernimento e a vivência comunitária são orientadas pelas instruções que Deus deu ao povo de Israel e que Jesus resumiu no mandamento do amor a Deus e ao próximo (Marcos 12.28-31). Para cumprir com o mandamento do amor, não podemos deixar o ódio se alastrar. Precisamos dar um basta na intolerância. Para isto, é necessário ouvir mais: cada pessoa seja rápida para ouvir, mas lenta para falar e ficar com raiva. A lentidão para falar pressupõe que devemos refletir se queremos, por meio de nossas palavras, edificar ou derrubar, animar ou reprimir, unir ou dividir.

O apóstolo Tiago admoesta a manter serenidade, a controlar a raiva e os pré-julgamentos. É um conselho bem oportuno em nossos tempos. A ira e o furor podem obscurecer a justiça e a graça de Deus. Por isto clamamos pela mansidão, que é um fruto do Espírito Santo. Como IECLB, queremos trilhar caminhos de compreensão, de respeito, de solidariedade. Vamos ouvir mais! E quando falarmos, que seja com amor e compaixão! É isto que permite o diálogo e a união. Dificilmente teremos posicionamentos iguais sobre todas as coisas, mas podemos conviver com quem pensa diferente, a partir do compromisso do amor.

Precisamos da união para nos fortalecer. Uma Igreja fortalecida será mais capaz de evangelizar, de promover formação na fé, de vivenciar comunhão, de ter sustentabilidade. Uma Igreja fortalecida é uma Igreja de Comunidades unidas, inclusivas, relevantes e missionárias – para a glória de Deus. Que possamos dizer com convicção: Eu amo ao Senhor Deus de todo o meu coração e amo as pessoas assim como eu amo a mim mesma e a mim mesmo.

Saudações em Cristo,

Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente

P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente

P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente

Fonte: Portal Luteranos