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FLD-COMIN-CAPA presente no Encontro Nacional do Fórum Ecumênico Act Brasil

FLD-COMIN-CAPA presente no Encontro Nacional do Fórum Ecumênico Act Brasil
1 de dezembro de 2022 fld

Sonhos, pontes, afetos, comunhão, diversidade, memória, caminhos, cuidado, amorosidade e compromisso foram algumas palavras que marcaram o Encontro Nacional do Fórum Ecumênico ACT Brasil, que aconteceu entre os dias 28 e 30 de novembro, em Brasília (DF).

No encontro estiveram presentes representações das organizações do movimento ecumênico, igrejas, organizações baseadas na fé e agências de cooperação ecumênica que compõe o FEACT: Ana Gualberto, Marilia Schüller e Rafael Oliveira/KOINONIA; Cibele Kuss e Renate Gierus/FLD; Edoarda Sopelsa Scherer/ CNBB Sul 3/ICAR, Sonia Gomes Mota e Bianca Dáebs/CESE; Angelica Tostes/ CESEEP; José Carlos Dionízio / PROFEC; Cristiane Capeliti Pereira/ CLAI BRASIL; Bob Luiz Botelho/ FUMEC;  Romi Bencke/ CONIC; Tatiana Ribeiro / IEAB; Mauro Souza/ IECLB(virtual); Daniel Gonçalves Amaral Filho/ IPU; Waneska Bonfim/ DIACONIA e Vicente Puhl/ HEKS – EPER Brasil.

De onde viemos? Onde estamos? Para onde queremos ir? Quais desafios marcarão o futuro próximo?

No dia 29, o coletivo analisou como as ações realizadas pelo FEACT no triênio repercutiram em suas igrejas e organizações e revisitou alguns desafios e práticas possíveis que surgiram no seminário virtual realizado em março: “Igrejas e ecumenismo: direitos humanos em contexto de ódio e amor”. Desafios: fazer do ecumenismo um projeto político de igreja nacional, com agendas regionais; ecumenismo como elemento constitutivo da fé cristã; valorização de lideranças aglutinadoras em torno da superação do ódio; reconhecimento da pluralidade e da diversidade de nossas igrejas e a correlação entre Ecumenismo, Direitos Humanos e Direitos da Terra. 

Práticas possíveis: dar visibilidade aos núcleos de resistência (políticas de superação dos racismos), repensar modelo de comunicação com as igrejas, assegurar a presença das mulheres, influenciar lideranças, formação permanente e autocrítica, superação do cristocentrismo/eurocentrismo, do eclesiocentrismo, e releitura permanente dos textos bíblicos.

A partir dos desafios mais amplos e das práticas que estão ao alcance do fórum, foram definidos 2 eixos que nortearão as iniciativas do próximo período: a defesa da democracia e o enfrentamento aos fundamentalismos.

“Importante potencializar a presença das mulheres nas bases das igrejas, nas organizações baseadas na fé, valorizando a suas contribuições históricas para o movimento ecumênico”, afirmou Renate Gierus, assessora em justiça de gênero da FLD.

Destaque também para a plenária híbrida, com a participação virtual de Mauro Souza/ IECLB e presencial de Marilia Schüller/KOINONIA, com o tema “Os ventos trazidos pela Assembleia do CMI”. Mauro e Marilia participaram da Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, que aconteceu em julho, em Karlsruhe, na Alemanha. Ambos trouxeram suas impressões sobre temas como decolonialismo, racismos, participação das mulheres, juventudes, justiça climática, fundamentalismos entre outros.

Segundo Mauro, a Assembleia do CMI é uma grande plataforma de formação teológica, ecumênica, um espaço de diálogo e escutas, das igrejas e das parceiras das igrejas, um espaço de comunhão, de defesa da ética, do evangelho. Importante espaço para que vozes, historicamente silenciadas, possam ser ouvidas, em busca da unidade com respeito a diversidade: “Nos comitês, onde estive, as vozes mais sensatas foram a das mulheres. Há potencial para mais participação de pessoas jovens. Em tempos de guerra, secas, queimadas e enchentes no mundo, temas como a Paz, justiça climática, ambiental, econômica, social e racial foram  amplamente discutidos”, afirmou.

“Uma das conversas foi sobre a rede de mulheres negras, que congrega mulheres africanas de diferentes partes do mundo. Éramos cerca de 70 mulheres presentes na assembleia, e tivemos a oportunidade de estar nos espaços das conversas ecumênicas. O CMI reconhece que o racismo é uma crise global. As igrejas precisam pressionar os formuladores de políticas públicas a criminalizar os racismos e xenofobias. O CMI afirmou que está trabalhando para fazer o mesmo na sua estrutura e sistema” destacou Marilia Schüller.

Sobre o FEACT, Marilia destacou: “Nossa fé é incompatível com os racismos. Valorizo muito os espaços ecumênicos e inter-religiosos que lutam pelas vidas das mulheres, contra os racismos e denunciam as intolerâncias.”

Pactos e acordos para 2023

O grupo pactuou  algumas agendas coletivas para 2023: Continuidade do Projeto Feact: Incidência em justiça de gênero no enfrentamento aos fundamentalismos, com diversas ações ainda em dezembro de 2022 e durante o próximo ano; a realização de uma ação no dia 21 de janeiro, no Dia Nacional de Combate à Intolerância ReligiosaSemana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), que acontecerá de 22 a 29 de maio, que abordará os racismos; o Dia do Ubuntu, em 15 de setembro, um dia de abraço aos terreiros e outras espiritualidades, e a Jornada Ecumênica, que acontecerá de 12 a 16 de outubro em Brasília. A coordenação do FEACT se reunirá para, em diálogo com as organizações e igrejas, articular grupos de trabalho para a realização das ações.

Fonte: CESE