Antes mesmo de começar a plantar, é preciso pensar em estratégias para comercializar a sua produção. Para a agricultora familiar Silvana da Silva Marina, este foi o maior aprendizado do 3º módulo de formação do projeto Amazônia Viva Alimenta (AVA).
Ela faz parte da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Artesãs de Nova Monte Verde (Amurverde), uma das 11 iniciativas entre cooperativas, associações e grupos que participaram do processo na última semana em Alta Floresta, no norte de Mato Grosso.
“Foi um item muito importante abordado durante os encontros. Antes de a gente, por exemplo, fazer o plantio, pensar em que lugar vai vender. Se é no mercado, na feira. Em Nova Monte Verde, nós temos a nossa feira. Então essa ideia de comercialização foi de extrema importância para mim”, explicou.
O AVA é um projeto realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV), pela Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa (Capina) e pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), com financiamento da União Europeia.
Seu principal objetivo é contribuir para o desenvolvimento de sistemas agroalimentares justos, resilientes e inclusivos em 9 municípios da Amazônia mato-grossense em um cenário de recuperação pós-pandemia de Covid-19.
O projeto está em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente com os que discorrem sobre a igualdade de gênero e o consumo e a produção responsáveis.
A analista socioambiental do ICV Benedita Mendes pontuou que o AVA está transformando e provocando uma participação mais efetiva das mulheres agricultoras familiares em processos de liderança e tomadas de decisão.
“Com isso, as mulheres estão se fortalecendo, percebendo que podem ocupar os espaços de gestão, efetivando ações participativas e democráticas dentro dos empreendimentos comunitários, além de fortalecerem uma à outra, tendo mais visibilidade e respeito.”
A assessora de projetos da Capina Thais Mascarenhas explicou que o processo de formação acontece desde 2022 e que temas como gestão democrática e viabilidade econômica já foram abordados em edições anteriores. Agora, o tema do 3º encontro foi justamente a comercialização.
“A gente pôde destrinchar mesmo, com bastante detalhe, algumas experiências de organização de feiras, e pôde organizar uma feira que foi uma experiência interessante para todos. Nós trabalhamos também uma pesquisa de mercado, sempre com muita troca e metodologias participativas.”
A assessora de projetos da FLD Julia Rovena Witt destacou que muitos dos conteúdos abordados durante a formação estão relacionados ao 2º edital do AVA, que está aberto e visa apoiar iniciativas de mulheres agricultoras familiares da região.
“Nós conversamos sobre o processo de elaboração de projetos e as questões que são importantes de considerar em um momento em que o grupo está pensando em uma proposta de projeto. Um pouco do passo a passo da escrita, por exemplo, foi um dos temas que a gente trabalhou na formação”.
Novo edital
Os projetos para participar do novo edital do AVA podem ser enviados até o dia 7 de junho de 2023.
Serão apoiadas cooperativas e associações comunitárias da agricultura familiar e grupos de mulheres que estejam participando do AVA e que tenham encerrado o primeiro projeto com relatórios narrativo e financeiro e prestação de contas enviados.
Grupos dos municípios de Colniza, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Paranaíta, Alta Floresta, Carlinda, Itaúba e Peixoto de Azevedo podem se inscrever.
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