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Exposição Nem Tão Doce Lar ocupa Praça de Afogados da Ingazeira (PE) durante jornada para promover discussão sobre violência doméstica e familiar

Exposição Nem Tão Doce Lar ocupa Praça de Afogados da Ingazeira (PE) durante jornada para promover discussão sobre violência doméstica e familiar
7 de setembro de 2023 fld
POR COMUNICAÇÃO DE DIACONIA

Você já parou para pensar no que seria viver em um “Lar doce lar”? Provavelmente seria um ambiente seguro, harmonioso, em que todas as pessoas seriam felizes. Porém, essa não é a realidade para a maioria das mulheres que vivem no Brasil. Segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, a cada quatro horas uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil. Nesse contexto, a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) realiza uma iniciativa chamada “Nem Tão Doce Lar” por todo Brasil, levando uma exposição e debates sobre a importância do enfrentamento da violência doméstica e promoção da justiça de gênero.

Nos dias 30 e 31 de agosto, a exposição Nem Tão Doce Lar foi realizada em Afogados da Ingazeira (PE), na Praça da Matriz de Afogados da Ingazeira, e levou a representação de uma casa familiar com pistas que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças, jovens, pessoas idosas e com deficiência.

A iniciativa da FLD foi realizada em parceria com Diaconia, a prefeitura de Afogados da Ingazeira e a Rede de Enfrentamento às violências domésticas e de gênero do município. A atividade contou com o apoio do Fórum Ecumênico ACT Brasil, Programa Global de Gênero de ACT e Pão Para o Mundo.

Além da exposição, foi realizada uma oficina de formação para acolhedoras e acolhedores e duas rodas de diálogo. Uma sobre justiça de gênero com mulheres e outra sobre masculinidades, ambas na sede da Diaconia.

Neuza Nery da Silva, integrante da Rede de Mulheres Cristãs do Pajeú, afirmou que as atividades foram importantes para ampliar o entendimento das pessoas sobre a violência doméstica. “Muitas pessoas não sabem a importância de se conversar sobre o assunto da violência contra a mulher. Com a exposição e as oficinas que participei, ficou bem claro a necessidade de trazer e abordar cada vez mais esse tema de uma forma explícita. Todas nós temos que fazer nosso papel, tanto para nos proteger, como também para proteger as mulheres que estão na nossa volta”, conta.

“Essa iniciativa foi essencial para unirmos vários organismos que estão empenhados em lutar contra a violência doméstica em nossa região a fim de atender as necessidades e demandas das mulheres. Durante a exposição, foram realizadas atividades físicas com as mulheres e panfletagem com escolas e com a Polícia Militar do 23º Batalhão que faz parte da Patrulha Maria da Penha”, afirma Risolene Lima, gestora de Política para as Mulheres de Afogados da Ingazeira.

As atividades fizeram parte das ações alusivas ao Agosto Lilás, campanha nacional, marcada pelo mês de agosto, que faz referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, instituída pela Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Em 2023, a lei completou 17 anos.

Waneska Bonfim, coordenadora político-pedagógica da Diaconia, celebra a parceria da Diaconia com FLD durante a realização da jornada. “A parceria com a Fundação Luterana de Diaconia foi muito importante para o fortalecimento da Rede de Enfrentamento à Violência no Sertão do Pajeú, especialmente na região de Afogados da Ingazeira. Para nós, foi muito bom promover esses momentos envolvendo todas as organizações sociais e do poder público que atuam no atendimento das pessoas vítimas de violência, principalmente as mulheres, e levar a exposição para a praça de Afogados. Isso é uma marca, de forma prática e concreta, como podemos contribuir para o enfrentar a violência doméstica naquela região”, afirma.

Por fim e não menos importante, a participação dos homens é essencial nessa luta.  “Durante a roda de diálogo sobre masculinidades, falamos sobre questões associadas à saúde mental, física e social. O machismo mata mulheres e homens. Por isso, falar sobre masculinidades é uma forma eficaz de romper a bolha do machismo estrutural e do silêncio dos homens no que se refere à ausência de um auto cuidado, mas também sobre a maneira como esse silêncio ganha a forma de cumplicidade corporativa, quando o assunto é ocultar as ações machistas e violentas cometidas, em sua grande maioria por homens”, afirma Rogério Aguiar, assessor de projetos em Diaconia e Direitos Humanos na FLD.