Formado por representantes dos 18 sínodos da IECLB e membresia nata, o conselho se reuniu, entre os dias 24 e 25 de maio, em Porto Alegre (RS), para apreciação e aprovação de relatórios e para posse e instalação das novas conselheiras, conselheiros e diretoria, com mandato de 2022 a 2026.
A celebração pelos 40 anos do Conselho de Missão entre Povos Indígenas foi conduzida pela Pa Cibele Kuss, secretária executiva da FLD-COMIN-CAPA, juntamente com P. Cristov Kayser, presidente do conselho do COMIN, Diác. Irléci Klitzke Thomas, do Sínodo Espírito Santo a Belém, e P Sandro Luckmann, coordenação geral do COMIN.
“O COMIN hoje se pauta pela parceria e ação conjunta com os povos indígenas, em seguir no diálogo intercultural para que de fato a vida seja digna para todas as pessoas indígenas e não indígenas. Damos graças ao trino Deus que cria, sustenta e propaga a diversidade de culturas, línguas, costumes, tradições, vidas nos diferentes lugares e tempos. Vidas indígenas importam”, afirma Sandro.
A agência de cooperação internacional Pão Para o Mundo (PPM) se fez presente por meio de uma carta de parabenização. “Agradecemos muito por todos estes anos de trabalho e de ótima cooperação com PPM. Desejamos a vocês muito sucesso na sua luta para um Brasil mais justo, e desejamos muita força e esperança também em tempos desafiantes.” Confira na íntegra clicando AQUI.
À noite, houve um momento cultural onde uma grande fogueira foi acesa com a presença da Kujã Kaingang, Iracema Gãh Té Nascimento, e do coordenador do Conselho Indigenista Missionário – CIMI Sul, Roberto Liebgott. “O COMIN e o CIMI surgem da mesma essência evangélica: estar com aquelas e aqueles que mais precisavam de vida, esperança, terra e direitos”, ressaltou Roberto. As pessoas foram convidadas a colocar gravetos na fogueira e Iracema explicou que esse ato coletivo representava o fortalecimento da causa indígena: “Aqui falo eu, mas atrás de mim está um povo e todo o movimento indígena.”
RELATÓRIOS
O relatório narrativo, apresentado no primeiro dia da assembleia, apontou que o Programa de Pequenos Projetos (PPP) teve, em 2021, 101 propostas apoiadas, sendo 29 no Edital de Fortalecimento e Soberania de Territórios; 50 no Edital de Ajuda Humanitária; 8 projetos pontuais e 14 de Ajuda Humanitária. “Por meio do PPP, grupos da sociedade civil recebem apoio em iniciativas nas áreas temáticas de Justiça Econômica, Justiça Socioambiental, Diaconia, Direitos e Ajuda Humanitária, sendo que Justiça de Gênero e Justiça Socioambiental são critérios transversais”, Julia Witt, assessora de projetos
Também foram apresentados resultados e desafios dos programas, projetos e iniciativas executadas pela FLD: Governança e secretaria executiva; Planejamento, monitoramento e avaliação; Incidência; Assessoramento e defesa e garantia de direitos; Conselho de Missão entre Povos Indígenas; Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia; Rede de Comércio Justo e Solidário; Nem Tão Doce Lar; Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa; Educação para a Solidariedade e Paz; Assessoria a organizações de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis; Comunicação; Captação de Recursos; Formação de equipes; e Projeto Político Pedagógico.
O Relatório Narrativo foi aprovado por unanimidade, assim como o Relatório Financeiro, o Parecer do Conselho Fiscal, o Plano de Ação e o Orçamento para 2022, apresentado pelo coordenador da Área Administrativa e Financeira, Júlio Zellmann.
CONSELHO DELIBERATIVO
O segundo dia foi marcado pela posse e instalação do novo Conselho Deliberativo e eleição da nova Presidência, Diretoria e Conselho Fiscal.
As novas conselheiras e conselheiros, são: Rudibert Rueckert, do Sínodo da Amazônia; Roseli Maria de Souza, do Sínodo Brasil Central; Ana Cássia Maus Wink, do sínodo Centro Campanha Sul; João Bartsch, do Sínodo Centro-Sul Catarinense; Irléci Klitzke Thomas, do Sínodo Espírito Santo a Belém; Alécio Patzlaff, do Sínodo Nordeste Gaúcho; Fábio Bernardo Rucks, do Sínodo Noroeste Riograndense; Gilberto Raul Zwetsch, do Sínodo Norte Catarinense; Rosane Pletsch, do Sínodo Paranapanema; Liani Plegge, do Sínodo Planalto Rio-Grandense; Tânia Elizabete Auler, do Sínodo Rio dos Sinos; Alvori Ahlert, do Sínodo Rio Paraná; Herbert Emil Knup, do Sínodo Sudeste; Germano Ehlert Pollnow, do Sínodo Sul-Rio-Grandense; Cleci Terezinha Koch, do Sínodo Uruguai; Mirian Ratz, do Sínodo Vale do Itajaí; e Ronald Markus, do Sínodo Vale do Taquari.
A nova presidência eleita pelo novo conselho é formada por: Alécio Patzlaff, do Sínodo Nordeste Gaúcho, como presidente, e Roseli Maria de Souza, do Sínodo Brasil Central, como vice-presidenta.
A nova diretoria executiva eleita é composta por: Fábio Bernardo Rucks, do Sínodo Noroeste Riograndense, presidente, Rosane Pletsch, do Sínodo Paranapanema, vice-presidenta, Mirian Ratz, do Sínodo Vale do Itajaí, secretária, Alvori Ahlert, do Sínodo Rio Paraná, vice-secretário, Cleci Terezinha Koch, do Sínodo Uruguai, tesoureira, e Herbert Emil Knup, do Sínodo Sudeste, vice-tesoureiro.
Para o novo conselho fiscal foram eleitas e eleitos: Grasiella da Silva Coimbra, Graziele Damasceno Scherer e Valerio Weirich, como titulares, e Alci Saick, Altemir Labes e Lodi Uptmoor Pauly, como suplentes.
A membresia nata é composta por Carla Vilma Jandrey, da coordenação de Diaconia e Inclusão da IECLB; Roberto Boebel, suplente do Conselho da IECLB; e Carlos Gilberto Bock, suplente da Secretaria Geral da IECLB.
Presenças
Estiveram presentes como convidadas e convidados representantes dos conselhos do CAPA e do COMIN: Raquel del Socorro Jarquín Rivas, secretária do conselho do COMIN, e Cristov Kayser, presidente do conselho do COMIN; Carla Sbruzzi, do CAPA Santa Cruz; Mário Maass e Lauro Eloi Fleck, do CAPA Rondon; e Fábio Steinert, do CAPA Pelotas. Como consultoria, participaram Cláudia Castanho Dutra e Leonardo Kauer Zinn, Assessoria Jurídica da FLD, Heitor Piovam, Empresa Planners Auditoria.
Equipe e coordenações da Fundação participaram da assembleia na organização dos documentos, logística e apresentação de relatórios.
ENFRENTANDO O RACISMO, CONSTRUINDO RESPEITO: LUTA E RESISTÊNCIA DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL
A assembleia terminou com reflexões acerca do racismo contra os povos indígenas em roda de diálogo com Marcos Vesolosqzki, assessor de projetos de FLD-COMIN e indígena do povo Kaingang, e Sandro Luckmann, coordenador da FLD-COMIN. As pessoas presentes foram provocadas a pensar sobre ideias e práticas preconceituosas. Marcos ressaltou que falar sobre povos indígenas é falar sobre conquista, luta e resistência e que é preciso entender e respeitar as diferentes culturas indígenas presentes no país. A negligência em relação à garantia dos direitos indígenas prova que o apoio e a atuação de FLD-COMIN-CAPA junto ao movimento indígena se faz cada vez mais necessário, afirmou. “Temos o compromisso de sermos multiplicadores das perspectivas não racistas em relação aos povos indígenas”.
Esse compromisso fica como um dos desafios às conselheiras e aos conselheiros e às demais pessoas presentes nos dois dias de assembleia, assim como trabalhar a temática indígena nos espaços da IECLB como forma de superar situações de preconceito e racismo.